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O que esperar para o setor de Construção Civil em 2024? Confira a live da Tendências sobre o assunto!

A Construção Civil é uma das indústrias mais importantes para a economia brasileira, pois movimenta diversas cadeias de suprimentos, o que reflete em geração de empregos e investimentos. De acordo com a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC), mais de 60 atividades econômicas da indústria nacional têm relação com a Construção Civil. 

O setor imobiliário, que vinha mostrando alguma resiliência, deve desacelerar no restante deste ano, em linha com a queda dos lançamentos imobiliários ocorrida nos últimos meses. As condições de crédito menos favoráveis e o elevado nível de entregas de empreendimentos devem limitar os lançamentos no segmento de médio e alto padrão, que perdem ímpeto desde o segundo semestre de 2022. 

No entanto, para o próximo ano, há fatores que vão impulsionar a Construção Civil e permitir que o setor ganhe tração, como é o caso de obras de infraestrutura, em que deve haver avanços mais concretos, considerando condições financeiras mais favoráveis. 

Para analisar a perspectiva para o setor da Construção Civil e seus condicionantes em 2024, a Tendências realizou uma live no dia 24 de outubro, com a presença de Alessandra Ribeiro, Diretora da área de Macroeconomia e Análise Setorial, Denise de Pasqual, Diretora de Relações Institucionais, e Matheus Ferreira, economista responsável pelo acompanhamento do setor de Construção na Tendências.

Qual o cenário atual do setor de Construção Civil?

“Quando a gente olha para o contexto macroeconômico, entendemos os efeitos sobre o setor da Construção, principalmente ao longo desse ano, que tem apresentado, sob algumas óticas, números mais fracos. E o que está por trás dessa performance mais fraca observada nesse ano em especial? Eu diria que tem dois fatores. O primeiro vetor é taxa de juros e encarecimento de crédito e o segundo vetor é a confiança ligada ao nível de certeza em relação aos rumos da economia, principalmente por causa de contexto eleitoral no ano passado e mudança de governo”, aponta Alessandra.

No ano passado, tivemos uma competição eleitoral bastante acirrada, com a vitória do presidente Lula. Foi uma mudança de governo importante, o que manteve os agentes econômicos bem receosos em relação, principalmente, sobre qual seria a linha de política econômica a ser adotada pelo novo governo.

“O fato é que, apesar das incertezas, sinalizações e discursos muito ruins que alimentaram essa maior percepção de risco, quando a gente viu alguns encaminhamentos de temas importantes, foram tomadas decisões mais ponderadas e pragmáticas no campo econômico. E, nesse sentido, acho que foram fundamentais a aprovação do novo arcabouço fiscal e a manutenção da meta de inflação em 3% pelo Conselho Monetário Nacional”, diz Alessandra.

Ela completa dizendo que “isso ajudou muito a reduzir a percepção de risco. E, depois de um tempo, vimos o encaminhamento de uma reforma super importante para a economia brasileira, que é a Reforma Tributária sobre o consumo de bens e serviços, que também contribuiu para essa melhor percepção dos agentes econômicos. (…) A nossa expectativa, pelo menos olhando pelo nosso cenário básico, é que esse movimento continue. (…) Isso significa que a confiança deve ficar em patamares mais favoráveis em relação ao passado recente, olhando daqui para frente, e essa é uma variável muito fundamental, especialmente para o setor da Construção Civil.”.

O que esperar do setor de Construção Civil em 2024?

Quando questionado sobre o financiamento imobiliário, Matheus traz um material que aponta que as concessões de financiamento têm recuado fortemente em razão da restrição de oferta. A projeção para 2023 é de retração média de 17,2% em termos reais. Em 2024, espera-se que o indicado avance 11,1%.

Matheus aponta que as condições de crédito imobiliário têm piorado nos últimos meses, do ponto de vista de funding. Isso porque houve uma retirada líquida massiva da caderneta de poupança até setembro. Entretanto, vemos que o cenário é de recuperação para as concessões de financiamento imobiliário, sobretudo com recursos do FGTS.

Já no setor de lançamento de imóveis, Matheus diz que ele deve avançar em 2024. No curto prazo, os lançamentos de médio e alto padrão devem permanecer limitados, mas, para o mercado popular, a expectativa é de retomada dos lançamentos, diante da redução das pressões de custo sobre os materiais de construção e da elevação do valor máximo de imóveis para baixa renda no âmbito do programa Minha Casa Minha Vida.

Inclusive, Matheus também aponta uma recuperação das vendas de material de construção no varejo, após elas terem recuado 2,8% no acumulado de 2023 até agosto.

Quando questionada sobre o setor de Infraestrutura, Alessandra diz que “esse ano, vamos ter uma queda na formação bruta, na casa de 2% e, para o ano que vem, temos uma expectativa de crescimento de 2,3% da formação, contando com o melhor desempenho da Construção Civil e, também, um cenário melhor para investimento em máquinas e equipamentos em um contexto também de barateamento do crédito, uma vez que o crédito também é relevante para toda essa parte. De forma geral, a gente já vê um cenário melhor para investimentos a partir de 2024, inclusive ganhando mais tração a partir de 2025”.

Confira a live completa no vídeo abaixo!