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Mercado prevê PIB estagnado no terceiro trimestre, com pequeno recuo entre 0,1% e 0,3% – O Globo

Saída do efeito positivo gerado pela agricultura no início do ano agora joga contra o indicador

Se contribuiu para índices surpreendentemente positivos do PIB, a agricultura agora pesa contra o indicador, com término da safra que bateu recorde no início deste ano. Além da contribuição negativa do agro, a desaceleração de serviços e da demanda e a queda dos investimentos contribuem para a expectativa dos analistas de estagnação da atividade econômica no terceiro trimestre, com um pequeno recuo entre 0,1% e 0,2%, em relação ao trimestre anterior. O índice será divulgado nesta terça-feira.

O BTG Pactual está prevendo queda de 0,3%. Thiago Xavier, economista e analista da Tendências Consultoria, diz que a projeção é de queda de 5% da agropecuária, influenciada pela saída dos efeitos positivos gerados pela safra recorde de soja cuja colheita se concentra no começo do ano, ante o trimestre anterior em termos dessazonalizados, em contraste com as altas estimadas de 0,3% para indústria e serviços. 

O conjunto de resultados emitidos pelos principais indicadores de atividade consolidaram a expectativa de estabilização do nível de atividade na passagem do primeiro para o segundo semestre de 2023. As expectativas para o PIB são de -0,1% comparada ao segundo trimestre e alta de  2%  comparado ao mesmo trimestre do ano anterior.

Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, estima um recuo de 0,2%. Ele chama atenção para  o efeito dos juros ainda em patamares alto sobre o consumo:

– Esperamos uma queda de 0,2% no PIB do terceiro trimestre devido, principalmente, ao menor ímpeto do consumo, reflexo da política monetária restritiva do Banco Central e o fim dos efeitos positivos da política fiscal. Além disso, o término da safra e o menor “efeito espalhamento” sobre outros setores da economia, contribui para a visão negativa do PIB.

O Monitor do PIB aponta 0% no terceiro trimestre em comparação ao segundo trimestre. Juliana Trece, economista do FGV Ibre e coordenadora do Monitor do PIB, destaca que a taxa de juros também tem efeitos sobre a queda dos investimentos, especialmente, máquinas e equipamentos. Ela pondera que o ciclo de corte da Selic só devem aparecer no próximo ano:

– Esse indicador ainda é reflexo da taxa de juros alta da economia. Por mais que tenhamos iniciado o ciclo de corte esse efeito ainda demora a aparecer. As perspectivas de queda de juros lá fora e aqui podem ter um efeito positivo sobre investimentos, mas isso ficaria para o ano que vem. Mesmo assim ainda há muita incerteza no cenário externo e interno que podem afetar essa melhora nos investimentos. É cedo pra falar – diz Juliana.

Roberto Uchôa, responsável pela área de Finanças e Administração da Escola de Negócios PUC Rio, prevê um resultado negativo entre 0,2% e 0,3%. Ele trabalha com a meta de final de ano de 2,8%, alinhado com o que foi divulgado hoje pelo Relatório Focus, do Banco Central.

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