Tendências Consultoria Econômica

  • +55 11 3052-3311
  • +55 11 91445-5450
  • faleconosco@tendencias.com.br
  • Português
  • English
Edit Template

Economistas elevam a projeção para o PIB deste ano: Entrevista com Silvio Campos Neto – economista – Jornal da Record News

Analistas do mercado financeiro elevaram a projeção para o crescimento da economia brasileira neste ano. O valor ultrapassou a marca de 2%.

O Boletim Focus divulgado pelo Banco Central mostrou que, para o crescimento do Produto Interno Bruto em 2024, a projeção do mercado subiu de 1,95% para 2,2%. Foi a décima alta seguida deste indicador. Já para 2025, a previsão de alta do PIB ficou estável, em 2%.

Os analistas do mercado passaram também a projetar mais inflação e uma queda menor na taxa básica de juros nos próximos anos. Para a inflação de 2024, os analistas elevaram a expectativa de 3,71% para 3,73%. Para 2025, a estimativa de inflação avançou de 3,56% para 3,60% na última semana.

Em relação à taxa de juros, que hoje está em 10,75% ao ano, o mercado financeiro espera terminar 2024 com uma Selic em 9,50% ao ano. Antes, a expectativa estava em 9,13%. Para o fim de 2025, o mercado financeiro subiu a projeção de 8,5% para 9% ao ano.

A mudança nas expectativas do mercado financeiro ocorre depois do governo confirmar uma proposta de reduzir as metas para o saldo positivo nas contas públicas neste ano e nos próximos anos. A meta, que era de superávit já em 2025, passou a ser de um déficit zero. Se aprovada a proposta, a equipe econômica vai ganhar um espaço de R$ 160 bilhões para novos gastos em 2024 e 2025.

Além disso, o Banco Central elevou as expectativas para o dólar no final de 2024 e de 2025. A projeção para a taxa de câmbio para o final de 2024 subiu de R$ 4,97 para R$ 5. Para o final de 2025, a estimativa continua em R$ 5,05.

“A política monetária tem procurado fazer seu papel ao longo dos últimos anos. Temos taxas de juros nesse momento em queda, porém elevadas. Mas o fato é que ainda estamos em um processo de normalização do quadro inflacionário e não só aqui no Brasil, mas no restante do mundo também, ainda há esse passo final da normalização dos efeitos que ocorreram nos últimos anos com pandemia e com conflitos no leste europeu.”, aponta Silvio Campos Neto, economista e sócio da Tendências.

Ele ainda diz que “aqui no Brasil, há dúvidas em relação à capacidade do país de lidar com níveis de inflação mais baixos. Temos metas, nesse momento, de 3% para a inflação, mas é um patamar eventualmente reduzido e mais difícil de ser alcançado. Em paralelo a tudo isso, o conjunto de políticas econômicas do governo muitas vezes não joga a favor de uma queda maior da inflação. No fundo, nós temos hoje um ambiente econômico de baixa ociosidade, com queda no desemprego e o crescimento tendo sido bom nos últimos anos. Ao mesmo tempo, ainda existem políticas de estímulo, seja na parte fiscal ou no crédito, e isso faz com que, mantendo a demanda aquecida, a inflação tenha mais dificuldades para cair e também atingir as metas.”

“Em relação à parte de juros, há nesse caso não só o efeito aqui no Brasil, com essa dificuldade para a inflação atingir níveis mais baixos com estímulos que têm sido concedidos, mas também o fator global. E aí vale monitorar a questão da política monetária nos Estados Unidos. O Fed, por lá, vem tendo alguns desafios para iniciar seu processo de queda de juros. E, com taxas no mundo mais elevadas, também o processo por aqui se torna mais difícil e desafiador. Então, o risco, de fato, é que tenhamos já uma desaceleração nesse processo de queda de taxas de juros no curto prazo e que, eventualmente, o patamar de chegada da Selic possa ser um pouco mais alto do que se pensava até pouco tempo atrás. Tanto é que, hoje, as expectativas de mercado para as taxas de juros no final desse ano e do ano que vem subiram à luz de todo esse cenário” finaliza Campos Neto.

Confira a entrevista completa no vídeo abaixo!