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Saiba quanto a economia brasileira pode crescer até 2033 nos cenários otimista, pessimista e básico – O Globo

Consultoria Tendências prevê que cenário básico tem 65% de chances de se concretizar

É unânime a avaliação de bancos e consultorias que a Selic, taxa básica de juros, vai permanecer em 10,5% nesta quarta-feira. A consultoria Tendências avalia que a Selic fica no mesmo patamar até o fim deste ano e só volta a cair para 9,5% quando o Federal Reserve (Fed), o banco central americano começar a reduzir o juro nos Estados Unidos.

Nesse contexto de juros, e considerando fatores como o cenário externo, além do ambiente doméstico, a Tendências traçou três cenários de longo prazo para o crescimento do país e, no mais provável, a economia brasileira crescerá 2,3% ao ano entre 2024 e 2033.

Neste cenário, com 65% de chances de virar realidade, a Tendências vê fraqueza do governo na implementação de sua agenda econômica, limitando sua eficiência na condução da estratégia fiscal, via aumento de arrecadação.

— Esse cenário tem a premissa de que o Banco Central continuará técnico, mesmo depois da transição (o atual presidente Roberto Campos Neto sai em dezembro), e a política econômica do governo segue relativamente responsável. São os pilares básicos desse cenário — diz Alessandra Ribeiro, autora do estudo.

Na estimativa da Tendências, nesse cenário, os juros nos EUA ficam elevados por mais tempo e a taxa terminal, depois do início do ciclo de queda, será mais elevada, com, respectivamente, 5,25% e 4,25% ao final deste e do próximo ano.

A economista vê riscos geopolíticos com mudanças eleitorais em alguns países e prevê mudança na presidência dos EUA, com a vitória do republicano Donald Trump.

Cenário mais pessimista: 25% de chances

Num cenário mais pessimista para a economia brasileira no longo prazo, a economista estima um crescimento de 1,7% até 2027, com possível reversão. As chances de que esse cenário se concretize são de 25%.

Os elementos para que esse ambiente se torne realidade são inflação e e juros mais elevados no exterior, com uma reorganização da ordem global mais sujeita a choques. Esse cenário contempla desaceleração abrupta da economia chinesa.

Já no cenário doméstico, haveria quebra da coalizão governista diante dos efeitos adversos da cena global, atrapalhando o encaminhamento da agenda econômica.

O governo sofreria derrotas legislativas nos projetos de recuperação da carga tributária, levando à nova onda de crise de confiança em relação a economia brasileira. Nesse ambiente, haveria mudanças na condução da política econômica com a troca de comando.

Só 10 % de chances

No cenário mais otimista, mas com menos chances de acontecer (apenas 10%), haveria melhoria na relação entre os poderes na reta final do atual mandato. A mudança no Congresso permitiria mais sucesso para a política fiscal com recuperação da carga tributária. Além disso, haveria maior eficiência nas leis complementares da reforma tributária. Nesse cenário, a economia brasileira cresce, em média, 3,1% entre 2024 e 2033.

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