Em entrevista à BandNews, Rafael Cortez, cientista político e sócio da Tendências fez observações sobre a alegação de Mauro Cid de não ter estado presente em discussões sobre o golpe.
“A partir das falas e dos documentos apresentados pelo Mauro Cid é que a gente conseguiu, de fato, elementos que tinham ali alguma sugestão apontando naquela direção [da tentativa de interrupção do processo eleitoral mais normalizado], mas agora ficou claro que, de fato, houve uma tentativa de interromper o processo eleitoral.”, diz Cortez.
Ele ainda aponta que agora, a cada novo depoimento e frases soltas de atores políticos e nova operação da polícia federal, é preciso juntar tudo para ver se, eventualmente, será transformado em uma denúncia. “Agora a questão é de individualizar o comportamento e o papel de cada um desses atores em toda essa trama, incluindo, naturalmente, o ex-presidente Bolsonaro.
Quando questionado sobre o impacto da imagem atual do ex-presidente e seus apoiadores nas eleições municipais de 2024, Cortez afirma que existe um certo paradoxo. “A gravidade do comportamento do ex-presidente não deve refletir no impacto político que isso vai ter nas eleições, sejam as municipais em 2024, mas, se a gente quiser estender também para as eleições presidenciais em 26, esse impacto não deve ser proporcional ao tamanho do que aconteceu lá na transição 22 para 23.”
“Isso por conta dessa polarização política que ficou bastante cristalizada e o que a gente tem visto é que, mesmo com agendas negativas fortes, isso não altera muito a ligação e o capital político que o ex-presidente tem junto à direita. É um pouco mais desafiador para aqueles líderes que são mais ligados à centro-direita e não têm todo um histórico na política ligado ao bolsonarismo mais claro, mas, que de alguma maneira, precisam buscar esses votos porque estão em disputas eleitorais apertadas.” complementa Cortez.
Confira a entrevista completa no vídeo abaixo!
