PEC das drogas e a tensão entre poderes – Rafael Cortez, cientista político e professor do IDP – CNN Brasil

PEC das drogas e a tensão entre poderes - Rafael Cortez, cientista político e professor do IDP - CNN Brasil

Em entrevista à CNN, Rafael Cortez, cientista político e sócio da Tendências, analisa a PEC das drogas e a disputa entre os poderes.

“O sistema presidencialista é um sistema de equilíbrio entre os poderes e tem uma variação, que é determinada por circunstâncias históricas, de quem que começa a dar as cartas. Especificamente na relação entre Supremo Tribunal Federal e os demais poderes políticos (principalmente o Legislativo), temos um Supremo muito atuante em temas que não encontravam eco pela maioria da centro-direita, que vem comandando o Congresso. O Supremo se manifestou, mas não percebeu que, na verdade, quem tem a última palavra é o poder político.”, aponta Cortez.

Cortez ainda diz que, “à medida que o Supremo deu um sinal de que avançaria, nesse caso, com a regulação da questão das drogas, o Congresso foi lá e disse ‘não, espera aí, a gente é que vai falar sobre essa matéria.’ Somado a isso, tem a questão eleitoral. Esse é um tema que mobiliza uma parcela importante da sociedade.”

“A gente está mais presidencialista, pelo menos na minha cabeça, do que quando funcionava o presidencialismo de coalizão, que o Executivo tinha uma certa predominância, quando o presidente da Câmara e do Senado chegavam lá porque eles eram próximos ao Presidente da República. Hoje é ao contrário, se chega na presidência das casas justamente por não estar próximo à presidência.”, aponta Cortez. “O que eu acho que, no fundo, bate o problema é que a esquerda e a direita estão muito longe e aí essa disputa entre os poderes, aos meus olhos, traduz essa disputa mais radicalizada”.

Quando questionado sobre o diálogo entre os três poderes, Cortez diz que não vê muita mudança a curto prazo nesse jogo político. “A minha interpretação é de que a raiz disso é uma radicalização entre esquerda e direita. (…) A polarização é muito forte. Então a gente olha para a coalizão de governo como uma coalizão que tem um pequeno pedaço da esquerda, mas é fundamentalmente de direita. Se esquerda e direita estão muito longe, o custo vai ficando muito mais alto.”.

Confira a entrevista completa no vídeo abaixo!

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