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Juliana Rosa entrevista Rafael Cortez, cientista político e Vilma Pinto, economista – TV BandNews

Os números do mercado de trabalho nesta semana mostram o desemprego no menor patamar em 10 anos no primeiro trimestre. E outra boa notícia: a agência de classificação de risco Moody’s melhorou, pela primeira vez, desde 2018, a avaliação da economia brasileira.

Mas qual dúvida nesse momento: o país vai conseguir manter os avanços econômicos? Na entrevista para a TV BandNews, Rafael Cortez, cientista político e sócio da Tendências Consultoria, junta-se a Juliana Rosa e Vilma Pinto, profissional da área econômica, para uma conversa.

Quando questionado sobre a fala do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enaltecendo a melhora da avaliação e dizendo que foi um trabalho em conjunto dos três poderes, independente das divergências, Cortez diz que o ministro acertou em chamar a atenção dos demais poderes para essa questão fiscal. E essa questão nada mais é do que o retrato de como a sociedade escolhe gastar e arrecadar.

“Quando a gente olha os números frios, o que a gente vê é que, basicamente, nos últimos 10 anos, o Brasil não consegue colocar as contas no azul. É o tal do superávit primário que os economistas chamam. Isso significa que a nossa dívida está crescendo, deve crescer ainda nos próximos anos, é uma questão de saber de ritmo, mas a tendência é de alta. Isso é o problema político que precisa ser enfrentado.” aponta Cortez.

Ele ainda diz que, “quando o ministro faz esse chamado, é importante, porque, às vezes, decisões tanto do Judiciário quanto da Câmara e do próprio governo é que estão definindo esse ritmo. Se o governo não conseguir apoio a determinadas pautas, a tendência é esse descontrole, ou, pelo menos, esse equilíbrio pouco generoso com o controle de gastos e resultados ruins em termos de equilíbrio macroeconômico. Como a responsabilidade formal é do Executivo, ele tem a tarefa de fazer o que os cientistas políticos chamam de coordenação entre os demais poderes.”

Ao ser questionado sobre existir uma dificuldade maior do Governo Federal em preservar politicamente o que é difícil negociar e passar suas pautas de interesse atualmente, Cortez responde que existe sim. “Temos que entender porque é tão difícil fazer essa revisão. Na verdade, quando vamos retirar um benefício, o grupo político que está perdendo sabe que isso está acontecendo, então faz todo o incentivo para batalhar para a manutenção desse benefício.” 

Cortez diz que, se a gente junta essa dificuldade com a conjuntura política atual, se torna mais difícil ainda. “Hoje o governo possui alguma espécie de fraqueza política. Nos últimos anos, o Legislativo tem ficado mais forte, pelo menos desde o segundo mandato da ex-Presidente Dilma. (…) Ele está materializado no Congresso tendo maior controle do orçamento, no Congresso mudando regras internas para aumentar seu poder de barganha. E aí, de fato, o Governo quer colocar o processo de revisão, mas esbarra nessas disputas políticas. Qual é a solução para isso? Em tese, formar uma coalizão, por isso que presidentes fazem isso. Mas a coalizão de Lula é muito dividida entre esquerda e direita, que vão rivalizar agora por conta das eleições de 2024. Então, convencer esses rivais eleitorais a tomar uma série de medidas que são difíceis politicamente está cada vez mais complicado.”.

Confira a entrevista completa no vídeo abaixo!