Insatisfação com planos de saúde no Brasil dispara, aponta ANS

Insatisfação com planos de saúde no Brasil dispara, aponta ANS - Economic News Brasil

Um dado alarmante vem à tona: as reclamações sobre os planos de saúde no Brasil aumentaram expressivamente. Segundo a ANS (Agência Nacional de Saúde), o IGR (Índice Geral de Reclamação) mais do que dobrou desde sua criação em 2018, indo de 15,5 para 43,3 no primeiro trimestre do ano corrente.

O setor de saúde suplementar já enfrentava desafios expressivos em 2015, quando um estudo da Tendências Consultoria revelou um cenário economicamente desequilibrado. Com um lado representado por empresas, que veem os custos de seus planos de saúde aumentar, e do outro as operadoras de saúde lidando com déficits crescentes, a equação econômica do setor parece difícil de ser resolvida.

Eric Brasil, diretor de planejamento e sócio da Tendências Consultoria, afirma que a equação é ainda mais complexa devido a fatores como o envelhecimento da população e o aumento na utilização de procedimentos médicos sofisticados. Além disso, Brasil aponta a judicialização da saúde e a falta de transparência como outros elementos perturbadores neste cenário.

Brasil salienta também a atuação do governo como um contribuinte para o desequilíbrio. A ampliação das coberturas e a regulação mais restritiva, segundo ele, resultaram quase na extinção da oferta de planos individuais.

Na tentativa de amenizar a situação, a Tendências Consultoria propôs em 2015 uma agenda de reformas. No entanto, quase uma década depois, observa-se que pouco avanço foi alcançado. Segundo Ernesto Guedes, diretor executivo e sócio fundador da Tendências Consultoria, medidas contraproducentes, como a Lei 14.454 de 2022, que ampliou a cobertura obrigatória dos planos de saúde, exacerbaram ainda mais a crise.

Para o ano atual, Guedes aponta para um futuro ainda mais preocupante. Com risco de insolvência de alguns planos de saúde, há possíveis efeitos colaterais severos: demissões, queda na geração de renda e, mais preocupante, a redução do acesso a serviços privados de saúde, sobrecarregando ainda mais o sistema público.

Reprodução. Confira o original clicando aqui!

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