Consumo das famílias surpreende no segundo trimestre e salta quase 5% ante 2023 – O Globo
- Na Mídia
- 05/09/2024
- Tendências
São 13 trimestres seguidos de alta. Mercado de trabalho aquecido, alta da renda e gastos do governo com benefícios impulsionam indicador. PIB cresce acima do previsto
Com a alta de 4,9% em relação ao segundo trimestre de 2023, o consumo das famílias emplacou um período de 13 trimestres de crescimento consecutivo, na comparação com um ano antes, informou o IBGE nesta terça-feira, que divulgou os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre.
Na comparação com os primeiros três meses do ano, a alta do consumo das famílias foi de 1,3%, e impulsionou a economia. O PIB no Brasil avançou 1,4% na comparação com o primeiro trimestre, acima do previsto.
Para a economista Alessandra Ribeiro, sócia da Tendências Consultoria, a força da demanda das famílias surpreendeu positivamente.
Foi uma combinação entre o mercado de trabalho pujante, com geração de empregos e aumento de salários, e o que economistas chamam de “impulso fiscal”, ou seja, aumento de gastos do governo que injetam mais renda diretamente no orçamento das famílias.
Aumento de benefícios
Esse é o caso do aumento de benefícios vinculados ao salário mínimo, como as aposentadorias do INSS, e dos programas de transferência de renda.
O terceiro governo Lula começou mantendo a elevação do benefício do Bolsa Família em R$ 600 por mês, e retomando a política de reajuste do mínimo. Os efeitos dessas medidas parecem estar durando mais do que o imaginado.
— Houve, sim, uma subestimação (nas projeções) do impulso fiscal por todos esses canais — afirmou Alessandra, lembrando que o aumento dos benefícios do INSS que ficam no piso ajuda, principalmente, a renda dos mais pobres. — Outra coisa sempre difícil de captar é o crédito.
O crédito seguiu em alta no segundo trimestre. Os juros ainda estavam em nível abaixo do verificado um ano antes — o Banco Central (BC) suspendeu o ciclo de queda na taxa básica Selic (hoje em 10,5% ao ano) em junho, mas, para os tomadores finais de empréstimos, o fim do alívio ainda não chegou totalmente.
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