Após recuo nas vendas em outubro, comércio tem tendência de desaceleração no segundo semestre – Jornal da Globo

Após recuo nas vendas em outubro, comércio tem tendência de desaceleração no segundo semestre - Jornal da Globo

Em outubro, o setor do comércio apresentou um pequeno recuo nas vendas e deixou mais clara a tendência de desaceleração neste segundo semestre.

Os dados foram divulgados pelo IBGE e são referentes ao mês de outubro. As vendas do comércio varejista tiveram uma leve variação negativa de 0,3% em relação a setembro. Apesar da queda no acumulado do ano, o setor ainda opera em alta de 1,6%. Está mais de 4% acima quando comparado ao nível de antes da pandemia.

Em outubro, das 8 atividades do comércio pesquisadas pelo IBGE, 5 ficaram no negativo. Entre as que mais pesaram no resultado está a de equipamentos e material de escritório, que caiu quase 6%. Vestuário e calçados também pesou no resultado, tendo quase 2% de recuo. Segundo os economistas, isso se deve muito por conta, ainda, dos juros altos e do aperto financeiro das famílias, o que dificulta a compra de bens duráveis.

Mas o maior peso veio da atividade de hipermercados e supermercados, que apresentou uma queda de quase 1% depois de 4 meses seguidos com saldo positivo.

Isabela Tavares, economista da Tendências Consultoria, explica que essa queda nos supermercados tem a ver com o preço da comida, que aumentou principalmente no mês de outubro e acabou refletindo nas vendas.

“Esse resultado negativo das vendas de supermercados está muito atrelado ao aumento nos preços de alimentação. Outubro foi o primeiro mês que a gente viu aumento no IPCA de alimentação no domicílio e isso acaba refletindo no volume de vendas.”, aponta Isabela.

Falando sobre as atividades que tiveram aumento nas vendas no mês de outubro, o destaque ficou para o grupo de livros, jornais e revistas, artigos farmacêuticos e, fechando a lista, artigos de uso pessoal e doméstico.


Agora estamos chegando em uma das épocas mais importantes para o comércio varejista: o Natal e as festas de fim de ano. Mas, segundo Tavares, nem isso será o suficiente para alavancar as vendas do setor, mesmo nessa reta final de 2023.

“Fechamento do quarto trimestre é um fechamento que vai ficar um pouco abaixo do terceiro trimestre. O dinamismo das vendas ainda vai continuar mais gradual. Não é um crescimento tão absurdo e expressivo ainda nesse final de ano e isso por conta desses fatores que acabam afetando a situação financeira das famílias e que precisa de mais tempo, ao longo do ano que vem, para ter uma recuperação mais consistente.”, finaliza Tavares.

Confira a reportagem completa no vídeo abaixo!

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