Saiba tudo o que rolou na nossa live sobre oportunidades, desafios e dimensionamento da demanda por seguros!
- Blog Infraestrutura
- 04/07/2025
- Tendências

É importante entender como uma leitura estruturada do cenário econômico, com as variáveis certas e adaptadas à realidade dos setores, pode apoiar no entendimento da dinâmica da demanda e, assim, balizar estratégias internas de seguradoras e outros players do mercado.
Em live aberta da Tendências Consultoria realizada no dia 1° de julho de 2025, contamos com apresentações de nossos especialistas Isabela Tavares e Thiago Xavier sobre a demanda por seguros sob a ótica do consumidor e sob a ótica do setor de infraestrutura e grandes riscos. Além disso, recebemos o convidado André Dabus, diretor da Marsh Brasil, para um debate exclusivo com nossa sócia e diretora Alessandra Ribeiro e nosso consultor André Paiva.
Confira alguns insights nesse artigo!
Mercado de seguros no Brasil: uma trajetória de crescimento sólido
Em 2024, os prêmios totais emitidos avançaram em 7,7% em termos reais, impulsionados pelo crescimento econômico que fortalece a demanda por produtos de proteção financeira, previdência e seguros empresariais.
Entretanto, apesar dos avanços recentes, o Brasil ainda possui um grande potencial de crescimento, impulsionado por uma combinação de fatores regulatórios, tecnológicos, demográficos e culturais.
Acompanhar o cenário econômico é fundamental para a tomada de decisão em um mercado com maior crescimento e competição.
Mercado de seguros no mundo
A penetração do mercado de seguros no Brasil continua abaixo da média global.
De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), os prêmios de seguros representaram apenas 3,3% do PIB brasileiro em 2022, abaixo da média dos países membros, de 9,3%, e também de economias emergentes, como Chile (4,3%) e África do Sul (7,0%).
Pressões inflacionárias e consumo
A renda disponível descontada a inflação com itens obrigatórios impacta o consumo de bens, serviços, investimentos e seguros.
Os níveis mais altos da inflação de itens básicos diminui a parcela do orçamento destinada ao consumo.
Pressões inflacionárias afetam de forma diferente as classes de renda, dependendo do perfil de consumo de cada uma delas.
Perfil do consumidor
De um lado, temos a classe A, que é beneficiada por ganhos de capital (como juros e dividendos). De outro, temos a classe média, com maior relevância dos salários.
A demanda por seguros é focada em classes mais altas e médias.
Massa de renda: fontes dos recursos
A massa de renda total tende a perder fôlego no curto prazo, com destaque negativo para o Bolsa Família e para a desaceleração do mercado de trabalho, fatores que prejudicam mais as classes médias e baixas.
Massa por classe de renda: um olhar regional
- Classe A: conta com os ganhos financeiros favorecidos pela Selic elevada;
- Classes D e E: deixam de contar com o reajuste e expansão dos beneficiários do Bolsa Família;
- Regional: Centro-Oeste e Sudeste possuem maior presença de pessoas na classe A em comparação ao Brasil como um todo.
Ambiente financeiro
O Indicador de Condições Financeiras (ICF) calculado pela Tendências auxilia no entendimento conjunto de como variáveis domésticas e internacionais impactam o orçamento financeiro dos agentes e, assim, a demanda por diferentes produtos de seguro.
O indicador em abril e maio continuou a mostrar certo alívio, após maiores pressões no final de 2024 e início de 2025. Essa dinâmica é disseminada, com exceção de juros externos, commodities e mercado de capitais. Houve melhora nos grupos de Juros Brasil, Moedas e Petróleo.
Os dados diários permitem o acompanhamento em alta frequência e sugerem um prolongamento da melhora em curso até junho.
Investimentos em infraestrutura crescem com avanços regulatórios
Fatores positivos
- Concessões de ativos à iniciativa privada nos últimos anos;
- Melhora do ambiente regulatório, com aprovação de importantes marcos setoriais (saneamento, gás e ferrovias);
- Apoio do BNDES à estruturação de concessões e parcerias público-privadas (PPPs), com destaque para saneamento;
- Plano de investimento em infraestrutura: novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC);
- Recuperação de investimentos federais em infraestrutura: Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Transição e Novo Arcabouço Fiscal.
Riscos
- Incertezas globais restringem investimentos, em especial emergentes;
- Número limitado de investidores em ramos como rodovias;
- Situação fiscal restringe desembolsos públicos no médio prazo, após recuperação nos últimos anos;
- Coalizão política “frágil” e dificuldade de atingimento de metas fiscais podem comprometer agendas mais dependentes de recurso federal;
- Taxas de juros domésticos e desaceleração da economia no curto prazo podem piorar o retorno de projetos de investimento.
Ambiente climático
A anormalidade causada pelas mudanças climáticas tem se tornado um padrão. Entretanto, é importante observar que os prejuízos são desiguais por agente, região e setor.
O clima entra na rede causal de 124 variáveis diferentes e atinge indiretamente 194 variáveis econômicas e sociais.
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Confira a gravação na íntegra abaixo!