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Rafael Cortez, Cientista Político e Sócio da Tendências fala sobre a articulação política do governo – Jornal da Gazeta

Na entrevista concedida ao Jornal da Gazeta, Rafael Cortez, sócio e cientista político da Tendências Consultoria, discute a articulação política do governo, alterações no ministério, a inclusão do centrão e a expansão do governo.

Quando questionado sobre se o governo conseguiu ampliar a sua base de apoio, Cortez diz que muito marginalmente, principalmente comparando com o tamanho nominal dos partidos. “Foi um aumento de base, mas a disciplina,a fidelidade em relação à agenda do governo é bastante questionável. Um exemplo disso são as dificuldades que o Ministro da Economia, Haddad, tem tido com a agenda fiscal, que é o carro chefe do segundo semestre, mesmo com toda essa ampliação e essa demanda por mais cargos por parte dos partidos.”.

“Eu não vejo nenhuma grande crise no sentido da relação Lula x Haddad. O problema talvez seja maior até do que uma questão pessoal, envolvendo dificuldades da agenda econômica prosperar, seja dentro do governo ou seja pensando nas casas legislativas. Pegando por esse ponto final, é uma maioria de centro-direita que não gosta de aumentar a arrecadação e é justamente essa estratégia que o governo propôs quando da aprovação do Marco Fiscal.”.

Cortez diz que, em relação ao governo, o custo para manter a centralidade de uma agenda econômica, tal como pensado pelo ministro Haddad, vai aumentar conforme vai se aproximando o ano eleitoral, com eleições municipais em 2024.

“Por diferentes caminhos, a vida política do ministro Haddad vai ficar mais difícil, mesmo que isso não seja decorrente de uma crise mais forte entre ele e o Presidente Lula, até porque a agenda tem sido muito positiva. Se, eventualmente, passar a Reforma Tributária, é mais um ganho para o ministro, mas a agenda é muito mais complicada.”, aponta Cortez.

Ao ser questionado sobre quem seria o “pai” da Reforma Tributária, Cortez aponta que, muito embora o Presidente Lula não tenha investido capital político, pelo menos publicamente, não vimos nenhum discurso muito forte sobre o tema. Ele se concentrou em outras questões, como, por exemplo, críticas às taxas de juros e ao Banco Central.

“As lideranças, tanto na Câmara quanto no Senado, querem um pouquinho de ‘digital’ nesse processo, querem ‘ter uma reforma para chamar de sua’. Mas, ao fim, é o Governo que acaba sendo o ator que vai se beneficiar da eventual aprovação, especialmente se se transformar em taxas de crescimento econômico já logo na saída. A Reforma é longa, o período de transição é longo, mas ela tem uma chance de ajudar o crescimento econômico já no curto prazo por conta desse efeito de expectativas (…), ajudando na popularidade do Presidente”, diz Cortez.

Confira a entrevista completa no vídeo abaixo!