Nova conjuntura internacional – Jornal da Cultura
- Na Mídia
- 06/09/2023
- Tendências
Em matéria do Jornal da Cultura, Alessandra Ribeiro, sócia e diretora da área de Macroeconomia e Análise Setorial da Tendências, explica que efeitos da pandemia, inflação alta em economias potentes como EUA e China e a guerra na Ucrânia trouxeram mudanças significativas nos panoramas econômico e geopolítico.
A conjuntura econômica internacional vem se redesenhando e já dá sinais de novos arranjos de produção global. China e EUA disputam a hegemonia mundial e buscam alternativas mais seguras depois dos riscos de interrupção na produção e no transporte de mercadorias evidenciados pela pandemia da COVID-19 e pelo conflito na Europa.
“Como estamos, também, em um ambiente global de disputa entre as duas principais potências, China e EUA, vemos os países trazendo a produção para o que eles chamam de ‘países mais amigos’. Ela é mais segura, porque você tem a produção mais perto, mas é uma produção mais cara. Então, sim, isso pode se reverter em uma inflação maior do que a que tivemos, por exemplo, a partir de 2004.”, diz Alessandra Ribeiro.
A necessidade de investir na transição energética para fontes limpas, como solar e eólica, e cumprir os compromissos de combate à crise climática também devem impactar os mercados. E outro tema que deverá influenciar a nova economia global é o envelhecimento populacional.
“E com a demografia não ajudando, essa população em idade ativa cresce cada vez menos, ou seja, aquela população que pode estar disponível para o trabalho. Sendo assim, o que estamos falando é de uma restrição maior na oferta de trabalho. Então, o preço do trabalho vai ficar relativamente mais caro.”, aponta Ribeiro.
A desaceleração da atividade econômica nas nações mais ricas gera problemas comerciais. Já os juros altos para controlar a inflação nesses países prejudicam os investimentos e a valorização da moeda nacional.
“O que a gente deve ver daqui pra frente: a economia mundial perdendo tração, com as principais economias crescendo menos. E aí, como resultado, uma volta gradual dessa inflação. Para 2004, a inflação nessas economias ainda não deve voltar para a meta e chegar em 2. A gente espera esse movimento mais para 2025.”, diz Ribeiro.
Confira a reportagem completa no vídeo abaixo!