Volume de serviços cresce 0,3% em julho – O Estado de S. Paulo
- Na Mídia
- 13/09/2025
- Tendências

Puxado por transportes rodoviários, indicador subiu pelo 6º mês seguido, acumulando alta de 2,4% no período
RIO | O volume de serviços prestados no País cresceu 0,3% em julho ante junho, no sexto mês consecutivo de expansão. Como consequência, o setor alcançou novo patamar recorde na série histórica da Pesquisa Mensal de Serviços, iniciada em 2011 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os dados mostram que os serviços permanecem resilientes, tendendo a manter um bom ritmo de crescimento em 2025, avaliou a economista Claudia Moreno, do C6 Bank, em comentário.
“Acreditamos que o setor deve terminar o ano com expansão acima de 2%, impulsionado pelos estímulos promovidos pelo governo, como o aumento de gastos, a liberação de recursos do FGTS para os trabalhadores e o incentivo à concessão de crédito”, estimou Moreno.
Os segmentos que sustentam o fôlego dos serviços são estimulados por dinâmicas próprias de seus setores, sendo mais preservados de oscilações conjunturais, entre eles os serviços de tecnologia da informação, o agenciamento de espaços de publicidade e a intermediação de negócios por meio de plataformas e de aplicativos, afirmou Rodrigo Logo, gerente da pesquisa do IBGE.
“A própria dinâmica do setor é suficiente para traçar a trajetória ascendente”, apontou Lobo.
A abertura dos dados da pesquisa com o desempenho pelos subsetores evidencia esse maior dinamismo da demanda empresarial associada a investimentos e modernização, o que se reflete na trajetória de alta de serviços profissionais de caráter mais técnico, bem como de gestão e tecnologia da informação, corroboraram Thiago Xavier e Felipe Melchert, analistas da Tendências Consultoria Integrada.
“Esses resultados contrastam com a expectativa inicial de perda de dinamismo nos serviços mais sensíveis ao ciclo econômico, diante das condições financeiras apertadas, e reforçam a leitura da presença de fatores estruturais ainda atuantes”, apontaram os analistas da Tendências, em relatório.
O transporte rodoviário de cargas, segmento de maior peso na pesquisa (responsável sozinho por uma fatia de 13,3%), foi impulsionado nos últimos dois meses pela demanda do setor agrícola, em meio às projeções de safra de grãos recorde, mas também vinha crescendo pela necessidade logística do comércio eletrônico nos últimos anos. O segmento de tecnologia da informação vem igualmente sustentando o crescimento do volume de serviços prestados no País desde a pandemia de covid-19, adicionou Rodrigo Lobo, do IBGE.
“O aumento da taxa de juros e a permanência da taxa de juros em patamares elevados para essa atividade em particular de tecnologia da informação acaba não trazendo nenhum tipo de prejuízo em particular. Os serviços prestados às famílias, esses sim, são bastante afetados pelas variáveis macroeconômicas”, disse o pesquisador do IBGE, mencionando questões como emprego e inflação. “Os serviços prestados às famílias costumam ser afetados positivamente quando tem maior nível de emprego, maior nível de renda e menor nível de preços.”
O setor de serviços acumulou um ganho de 2,4% nos últimos seis meses consecutivos de altas: fevereiro (0,8%), março (0,4%), abril (0,4%), maio (0,2%), junho (0,4%) e julho (0,3%). Uma sequência tão longa de avanços seguidos não ocorria desde 2022.
A alta no volume de serviços em julho ante junho deste ano foi acompanhada por três das cinco atividades investigadas: informação e comunicação (1,0%), serviços profissionais, administrativos e complementares (0,4%) e serviços prestados às famílias (0,3%). Na direção oposta, houve queda nos transportes (-0,6%) e nos outros serviços (-0,2%). Porém, considerando todos os subsetores, as principais influências positivas em julho ante junho partiram de transporte rodoviário de cargas, serviços de tecnologia da informação, concessionárias de rodovias e locação de automóveis.
Na comparação com julho de 2024, o volume de serviços avançou 2,8% em julho de 2025, a 16ª taxa positiva seguida. O índice de difusão – que mostra o porcentual de serviços com crescimento ante o mesmo mês do ano anterior – passou de 54,2% em junho para 50,6% em julho.
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