Visões Brasil Agora: reforma ministerial do governo Lula deve incluir no mínimo 10 pastas – SBT News
- Na Mídia
- 10/01/2025
- Tendências
No programa Visões Brasil Agora, transmitido pelo SBT, Alessandra Ribeiro, sócia da Tendências Consultoria, analisa a reforma ministerial do governo Lula, a qual deverá contemplar, no mínimo, 10 pastas.
2025 mal começou e já houve mudanças em Ministérios e a expectativa é que essas reformas atinjam pelo menos 10 Ministérios logo no início do ano. É normal que, na metade do governo presidencial, essas alterações sejam feitas. São muitas cadeiras que podem ser mudadas e acomodadas, com o objetivo de melhorar e manter a governabilidade do presidente Lula no Congresso Nacional.
Apesar de sabermos que a economia está mais relacionada ao Ministério da Fazenda, querendo ou não, essas mudanças, principalmente se acontecerem na presidência da Petrobras e em estatais importantes, acabam impactando a economia também.
Alessandra diz que, trazendo para a seara mais econômica, existe uma preocupação muito grande com a área fiscal, com o pacote fiscal e orçamentos ainda para voltar referentes a 2025.
Ela explica que existe também uma pressão muito grande do mercado para o governo avançar em gastos obrigatórios, com um pacote ainda mais ambicioso do que já anunciou. Então ele precisará realmente garantir essa governabilidade. É uma reforma extremamente importante para a agenda econômica.
Sobre a posse de Donald Trump nos Estados Unidos, Alessandra diz que o cenário é mais tenso, não só para a gente, mas para o mundo todo. Em linhas gerais, como temos percebido, a política econômica, que Trump já vinha sinalizando, tem reforçado nos seus discursos mais recentes, como aquela ideia de fazer uma desoneração grande de impostos para o setor privado, uma desregulamentação muito expressiva também, um aumento expressivo das tarifas sobre produtos importados, especialmente da China, mas para outros países parceiros comerciais. Esse tipo de política já vem repercutindo nos últimos meses nos mercados.
Alessandra diz que os mercados entendem que o resultado dessa política é mais endividamento público nos Estados Unidos e uma inflação mais resistente. Isso já tem afetado os preços dos ativos no mundo todo e, especialmente, nas economias emergentes, que são mais sensíveis, como o Brasil.
Ela ainda aponta que, como se não bastasse a agenda econômica, o futuro novo presidente dos Estados Unidos tem sinalizado algumas ambições, nas palavras dela, bastante imperialistas e colonialistas, com expansão do território americano, visando intenção de incorporar a Groenlândia, incorporar o Canadá, incorporar o Canal do Panamá.
Apesar de não ser algo fácil, nem trivial, Alessandra diz que esse tipo de sinalização mantém os agentes num grau de incerteza muito forte, o que acaba impactando os preços dos ativos financeiros e as economias emergentes, que são economias mais arriscadas. Elas refletem isso muito mais.
E, com essa incerteza que é gerada por, além da política econômica, essas ambições imperialistas, os agentes econômicos, de forma geral, tomam posição de cautela. E o que isso significa na prática? Menos decisão de consumo e de investimento. E aí o reflexo é o mundo que cresce menos, gerando menos emprego e menor renda.
Alessandra reforça que, infelizmente, as sinalizações não são positivas para o mundo e também para o Brasil.
Confira a entrevista completa no vídeo abaixo!