Vendas no varejo recuam 0,4% em novembro, mesmo com a queda, setor teve alta em 2024 – Globo
- Na Mídia
- 10/01/2025
- Tendências
Isabela Tavares, economista da Tendências Consultoria, concedeu entrevista à Globo sobre a queda de 0,4% nas vendas do varejo em novembro.
As vendas do comércio brasileiro recuaram 0,4% no mês de novembro, na comparação com outubro, o que o IBGE interpreta como estabilidade. O varejo perdeu o ritmo no fim do ano, mas, olhando 2024 como um todo, o comércio teve uma trajetória positiva.
É possível ver que, além de novembro, as vendas só recuaram em junho e em agosto. No acumulado do ano, ou seja, entre janeiro e novembro, o comércio registrou um crescimento de 5%. Esse desempenho do varejo é consequência de um mercado de trabalho aquecido, assim como da melhora da renda.
Os economistas são unânimes em afirmar que esse recuo do varejo em novembro não é alarmante. Pelo contrário, 2024 foi um ano de grande aquecimento para o setor, resultado, de diversos fatores: o mercado de trabalho aquecido, a melhoria na renda das famílias e as condições de crédito favoráveis.
A queda pontual em novembro pode ser explicada por alguns pontos: a Black Friday, que foi realizada em outubro, antecipou parte das compras de bens duráveis, como eletrodomésticos e eletrônicos, impactando a venda desses itens em novembro.
Além disso, a inflação persistente, especialmente nos alimentos, começou a pressionar o orçamento das famílias, limitando o consumo em supermercados. Soma-se a isso a instabilidade do câmbio que acompanhamos nos últimos meses e que alcançou um novo patamar em novembro.
Isabela Tavares comentou que, no final do ano, a gente começa ver algumas pressões que atrapalham o orçamento familiar. Entre essas pressões estão, principalmente, as condições financeiras, que começam a mostrar certa piora, por conta do aumento nas taxas de juros, das incertezas no cenário econômico e político, o que acaba afetando diretamente as condições financeiras. Com isso, observamos alguns efeitos, especialmente nas vendas de bens duráveis.
Em novembro, houve queda em cinco das oito atividades pesquisadas pelo Instituto. Os piores resultados foram de móveis e eletrodomésticos e de artigos farmacêuticos. Apesar do recuo, a expectativa é que 2024 feche como o melhor ano para o varejo em uma década.
Já projetando para 2025, atualmente, o primeiro trimestre deve apresentar certa estabilidade nas vendas, em níveis elevados, carregando o bom desempenho que vem de 2024. No entanto, é preciso estar atento a fatores que podem impactar o consumo ao longo do ano, como a volatilidade do câmbio, que deve continuar, a persistência da inflação e o comportamento do Banco Central em relação à taxa Selic, que vai determinar os juros.
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