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Tarifaço de Trump: Brasil deve ser impactado por nova taxa dos EUA sobre aço e alumínio – SBT News

Em entrevista ao SBT News, Alessandra Ribeiro, sócia da Tendências Economia, afirmou que o Brasil será impactado pela nova tarifa dos EUA sobre aço e alumínio.

Ao ser questionada se a gente ainda compra produtos de tecnologia fabricados nos Estados Unidos ou é 100%, quase, made in China, Alessandra diz que nós temos produtos importados importantes dos Estados Unidos, não só da China. Inclusive, quando a gente olha a balança comercial entre Brasil e Estados Unidos, o Brasil tem déficit com os Estados Unidos, ou seja, a gente importa mais do que exporta para lá.

Em tese, o Brasil não estaria como um país prioritário nessa guerra, porque os Estados Unidos ganham mais nesse comércio com o Brasil do que o contrário, mas, com essa possibilidade de taxação do aço, que é onde mais nos afeta, podemos estar também junto com os demais países nessa questão prioritária sinalizada pelo governo americano.

Ela ainda diz que exportamos muitas commodities, mas não é só elas. Alessandra explica que, inclusive, para os Estados Unidos, nós exportamos, por exemplo, máquinas e equipamentos, além de aeronaves. Aparentemente, temos essa ideia de que exportamos commodities e importamos produtos com tecnologia, mas o Brasil exporta para os Estados Unidos muitos produtos manufaturados.

Alessandra diz que o receio, além do próprio aço, é que esses outros produtos manufaturados de alto valor também possam entrar na mira do governo americano. Ainda não temos nenhuma sinalização, mas não dá para descartar.

Ela explica que o mundo todo está debatendo a melhor forma de reagir a essas ameaças do governo Trump e o que é mais estratégico, levando em consideração os efeitos locais e globais.

Alessandra lembra que já tivemos outros momentos na economia mundial, como na década de 1930, em que os Estados Unidos começaram uma guerra comercial e os países reagiram praticamente na mesma moeda. Isso intensificou um período muito negativo para a economia americana e global. Alessandra acredita que essa ideia de que eles colocam a tarifa e nós respondemos na mesma medida não é tão estratégica nem inteligente.

Ela acredita que precisamos ser cuidadosos e que gostou da posição do ministro Haddad de esperar, analisar e não sair tarifando na mesma moeda. Os efeitos para nossa economia local podem ser muito negativos e já temos um cenário desafiador de desaceleração da economia, pressão inflacionária e juros altos. Adicionar a isso uma tarifa sobre produtos importados dos Estados Unidos pode agravar ainda mais esses problemas.

Na avaliação de Alessandra, não devemos reagir de forma impulsiva. Precisamos ser cirúrgicos e estratégicos. Países grandes, como os europeus e a China, estão discutindo isso, pois também estão sendo ameaçados. O que faria sentido, então?

Hoje, discute-se a possibilidade de colocar tarifas sobre produtos que enfraqueçam politicamente o governo Trump. Esse tipo de medida precisa ser estudado, sempre com uma abordagem estratégica e cirúrgica, longe da lógica do “toma lá, dá cá”, pois os efeitos para nossa realidade podem ser ruins.

Confira a entrevista completa no vídeo abaixo!