Tarifaço de Trump ao Brasil já está em vigor – GloboNews
- Na Mídia
- 08/08/2025
- Tendências

Em entrevista à GloboNews, Gustavo Loyola, diretor-presidente da Tendências Consultoria, comenta sobre a entrada em vigor do tarifaço imposto por Donald Trump ao Brasil
Com a entrada em vigor do tarifaço de Trump, o principal impacto para a economia brasileira, de acordo com Loyola, seria um prejuízo relevante para setores específicos, embora o impacto sobre o PIB brasileiro como um todo não seria tão grande.
Loyola diz que setores mais atingidos precisarão de apoio, possivelmente por meio de redirecionamento de incentivos à exportação. O Brasil consegue administrar a situação, mas é fundamental atuar diplomaticamente junto aos EUA e buscar apoio dos importadores americanos, já que empregos também serão afetados lá.
O presidente Trump já demonstrou mudar de posição com frequência e isso afeta a estratégia do Brasil. Loyola diz que precisamos entender se há apenas uma motivação política ou também um interesse econômico negociável. O cenário é negativo para o Brasil e para o mundo, pois haverá redução do crescimento global e do comércio internacional.
Sobre os impactos nas exportações entrarem na análise do Banco Central sobre juros e como equilibrar isso com as restrições fiscais, Loyola explica que qualquer auxílio a setores atingidos deve vir de remanejamento orçamentário, sem aumento de gastos. Ele diz que o ajuste fiscal ainda não foi feito e o cenário político é complexo.
Queda da Selic
Em relação ao Banco Central, as tarifas representam maior incerteza para a política monetária. Há risco de menor crescimento global e maior inflação internacional, o que exige cautela.
Loyola explica que, se o dólar enfraquecer frente ao real, isso pode ajudar a conter a inflação, favorecendo a queda de juros. Porém, a ata do Banco Central indica que a política monetária seguirá contracionista por bastante tempo. A projeção da Tendências é de cortes apenas no segundo semestre do próximo ano, de forma lenta.
Efeitos no mercado
Ao ser questionado sobre quanto tempo levaria para o mercado sentir os efeitos, mantendo as tarifas como estão, Loyola diz que os impactos serão rápidos, pois ocorre excesso de produtos em certos mercados. Ao longo do tempo, eles podem se atenuar ou se agravar, dependendo das reações. Ele ainda diz que o Brasil pode buscar novos mercados, mas há riscos sérios, como restrições a combustíveis e fertilizantes vindos da Rússia e da região da antiga União Soviética.
Cenário futuro
Loyola acredita que poderão vir mais sanções ou aumento da lista de exceções para o Brasil, como incluir o café. O cenário é de alta volatilidade e maior incerteza global, com menor crescimento e mais desafios para países emergentes.
Ele finaliza dizendo que, ainda assim, o Brasil deve crescer este ano, com inflação em queda, mas acima da meta. É um cenário pior, mas não de crise grave, pelo menos até agora.
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Confira a entrevista completa abaixo!