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Saiba tudo o que rolou na nossa live sobre os potenciais impactos da atual estiagem e das mudanças climáticas no Brasil!

Saiba tudo o que rolou na nossa live sobre os potenciais impactos da atual estiagem e das mudanças climáticas no Brasil!

Este ano já registra a maior seca em extensão e intensidade dos últimos 70 anos no Brasil. Regiões como Sudeste, Centro-Oeste e Norte estão entre as mais severamente afetadas, com rios em níveis críticos, queimadas e incêndios em diversas localidades. A seca prolongada, impulsionada por fenômenos como o El Niño e agravada pelas mudanças climáticas, tem afetado muito a produção agropecuária e a geração de energia elétrica. 

Dada a importância do tema, a Tendências Consultoria realizou uma live no dia 22 de outubro de 2024 (terça-feira), às 9h00, em que foram apresentados indicadores detalhados de monitoramento da seca e discutidos seus potenciais impactos na produção agrícola, pecuária e no setor elétrico.

Participaram da apresentação Alessandra Ribeiro, sócia e diretora da área de Macroeconomia e Análise Setorial da Tendências, Walter de Vitto, sócio e responsável pelo acompanhamento do setor de energia na Tendências, e Gabriela Faria, consultora responsável pelo acompanhamento do setor de agronegócio na Tendências.

Cenário atual da estiagem

A partir de uma análise do Índice Integrado de Secas (IIS-3), é possível evidenciar o aumento expressivo tanto na intensidade quanto na extensão da seca em 2024, que se destaca por representar uma das piores situações já registradas.

Embora os meses de junho, julho e agosto já sejam tipicamente marcados por uma estação mais seca no Brasil, a situação atual é consideravelmente grave. O cenário revela uma expansão significativa da seca, especialmente nas regiões Norte, Centro-Oeste e Sudeste, com predominância de condições climáticas severas e extremas.

Monitoramento das condições de seca no Brasil em 2024

O Brasil já enfrentou três grandes secas (picos negativos do Índice de Precipitação Padronizado de Evapotranspiração, também conhecido como SPEI): a primeira entre 1997 e 1998, a segunda entre 2015 e 2016 e a última, mais recente, entre 2023 e 2024.

Vale ressaltar que a seca de 2015-2016 superou a de 1997-1998, mas a atual (2023-2024), mesmo com dados parciais, apresenta valores de SPEI ainda mais negativos, configurando a mais intensa e extensa da série histórica.

Ela é resultado de uma combinação de fatores que operam em diferentes escalas temporais e espaciais, com destaque para a atuação do El Niño e a antecipação do já esperado período de seca no país.

Além disso, existem também efeitos estruturais, como as mudanças climáticas, que geram aquecimento progressivo da atmosfera e tendem a produzir sequências mais longas de dias sem chuva, e as mudanças no uso do solo, com a substituição de florestas por áreas agrícolas ou de pastagem, o que está reduzindo a umidade do solo/ar e levando a um aumento da evaporação e das temperaturas.

Agronegócio

No mês de agosto, 963 municípios tiveram pelo menos 80% de suas áreas agroprodutivas potencialmente impactadas pela seca. A situação é especialmente crítica para as pastagens, que podem apresentar baixa qualidade devido à intensidade e duração da seca, o que deve afetar a pecuária nessas regiões.

A intensidade da seca e o calor excessivo contribuíram para a formação e propagação de uma onda de incêndios em todo o país. Foram registrados mais de 109 mil focos de incêndio em 2024 no acumulado até agosto. Entretanto, a ação humana foi tida como a principal responsável pelo fogo.

Segundo Gabriela Faria, a situação climática nos próximos meses será definitiva para a safra de grãos no Brasil, que já mostra alguns atrasos, como nos casos da soja e do milho.

Energia elétrica

A capacidade de armazenamento dos reservatórios também tem se mostrado bastante crítica. Em setembro de 2024, aqueles do Sudeste e do Centro-Oeste registraram a pior afluência desde 1931. No Norte e no Nordeste, trata-se da 2ª e da 3ª pior afluência, respectivamente, enquanto no Sul foi a 24ª, considerando a mesma série histórica.

De acordo com Walter de Vitto, as estimativas da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) indicam que as bandeiras tarifárias devem seguir sendo pressionadas pelo menos até dezembro de 2024, com um desbalanceamento entre oferta e demanda da energia elétrica no país. Isso, no entanto, pode se prolongar até 2025, a depender de como a seca avançar nos próximos meses.

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