Saiba tudo o que rolou na nossa live sobre os impactos da Reforma Tributária sobre os preços dos serviços de educação
- Reforma tributária
- 07/08/2025
- Tendências

Em live aberta ao público que aconteceu no dia 6 de agosto de 2025, os especialistas da Tendências analisaram como a Reforma Tributária substituirá Imposto sobre Serviços (ISS), Programa de Integração Social (PIS) e Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) por Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) + Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e o que isso significa, em linhas gerais, para a formação de preços dos serviços educacionais — da mensalidade escolar à pós-graduação e ao ensino a distância —, abordando cenários de repasse, possíveis efeitos sobre fluxo de caixa e pontos que os gestores devem acompanhar de perto durante o período de transição.
Participaram do debate Denise de Pasqual, sócia fundadora e diretora de Relações Institucionais da Tendências, Mário Nazzari Westrup e Guilherme Venturini Floresti, consultores da Tendências. Confira neste artigo um resumo do que foi abordado por eles!
Reforma Tributária
O objetivo da Reforma Tributária (Emenda Constitucional nº 132/2023) é alterar e simplificar a incidência de tributos indiretos que incidem sobre o consumo de bens e serviços no Brasil.
Potenciais impactos sobre os preços
- Fim de regimes específicos, como o da substituição tributária;
- Alterações de alíquotas nominais e efetivas;
- Fim de benefícios fiscais;
- Reorganização das cadeias de suprimentos;
- Alterações na oferta e demanda de produtos e serviços;
- Impactos no fluxo de investimentos, com mudanças na atratividade de setores;
- Alterações na competitividade das empresas.
Impactos na gestão do fluxo de caixa
- Split payment* com retenção automática dos tributos;
- Compensação automática de créditos;
- Alteração de indicadores econômicos e financeiros que apoiam a tomada de decisão;
- Impactos na necessidade de capital de giro;
- Reavaliação de covenants financeiros associados aos contratos de dívidas;
- Reconsideração de imobilizações e investimentos em CAPEX.
*Com o split payment, o tributo devido é automaticamente repassado ao fisco no momento do pagamento.
Desafios à vista
- Renegociação de contratos e preços;
- Readequações estratégicas, operacionais e logísticas;
- Reorganizações societárias, fusões e aquisições.
Próximos passos da Reforma Tributária
- 2026: Início da aplicação da alíquota única de teste de 1% (0,90% de CBS e 0,10% de IBS);
- 2027: CBS 100% implementada. PIS/Confins extintos. IBS com 1,00%. Imposto Seletivo (IS) poderá ser criado. Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) restrito à Zona Franca de Manaus;
- 2029: Início do Fundo de Compensação de Benefícios Fiscais (FCBF) até 2032;
- 2031: Se a alíquota de referência for maior que 26.50%, será necessário um projeto de lei para redução;
- 2033: IBS totalmente implementado. Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) e ISS extintos.
Em 2025, 2026 e 2027, os efeitos da Reforma Tributária já devem estar claros para os tomadores de decisão, permitindo que seja dado andamento na renegociação de contratos e em avaliações de riscos. Com isso, os efeitos na realidade econômica e financeira das empresas poderão ser compreendidos.
De 2028 a 2033, o acompanhamento da implementação da Reforma Tributária será assíduo. Momentos-chave – como os degraus de redução do ICMS/ISS, a liberação de créditos acumulados e a publicação de regulamentos setoriais – demandarão revisões regulares, garantindo que cada alteração normativa seja capturada e refletida tempestivamente na estratégia fiscal e nos contratos firmados pelas empresas.
Estrutura de custos e gestão financeira no pós-Reforma Tributária
Mudanças operacionais e táticas
- Implementação de novos mecanismos de cobrança e revisão das obrigações acessórias;
- Impacto na gestão fiscal, adequação de rotinas e planejamento de recursos das empresas.
Impactos logístico-tributários
- Cobrança no destino;
- Rotas de distribuição e localização de centros de distribuição;
- Rotas de importação.
Mudanças estratégicas
- Alteração de preços relativos;
- Renegociação de contratos com clientes e fornecedores;
- Revisão de índices de reajuste.
Impactos da Reforma Tributária no setor de educação
A Reforma Tributária afetará vários itens da cesta familiar ao mesmo tempo, o que pode alterar a elasticidade observada na demanda educacional, historicamente moderada.
Redes com escala nacional tendem a adotar uma estratégia gradualista: absorvem parte do impacto para preservar matrículas e compensam margens via ganhos de eficiência operacional, renegociação de contratos com fornecedores e uso intensivo de analytics para precificação diferenciada.
Apesar das mensalidades terem uma nova alíquota de 11,19%, outras receitas (como aluguel de espaços, royalties de franquia ou cursos não listados na regra) não terão a mesma redução.
Quando se trata de decisões de fusões, aquisições e verticalizações, as estruturas atualmente separadas podem ser unificadas para a otimização de compliance e créditos.
Se bem administrada, a transição pode se converter em vetor de modernização ao desonerar cadeias e valorizar a eficiência.
O desafio, porém, será calibrar o repasse da nova carga sem comprimir a demanda. Reajustes bruscos podem elevar a evasão, enquanto absorver integralmente o impacto ameaça caixa e investimentos.
Vencerá quem encontrar o ponto de equilíbrio entre alíquota efetiva, sensibilidade de preço e elasticidade das matrículas.
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