Tendências Consultoria Econômica

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Saiba tudo o que rolou na nossa live sobre destaques regionais e setoriais de 2025!

A expectativa é de que a economia brasileira desacelere neste ano em comparação com o ano passado, tendo em vista um quadro externo mais desfavorável para países emergentes e um ambiente doméstico marcado por aperto das condições financeiras, menor impulso fiscal e percepção de risco elevada em relação às contas do governo e à agenda econômica. 

Nesse contexto macroeconômico, ganha ainda mais importância entender os fatores que devem influenciar o desempenho regional e de alguns dos principais setores da economia (energia, infraestrutura e imobiliário). Para promover essa discussão, a Tendências Consultoria realizou uma live exclusiva para clientes e parceiros no dia 27 de março de 2025. 

A apresentação foi conduzida por Alessandra Ribeiro, sócia e diretora da área de Macroeconomia e Análise Setorial da Tendências, e contou com as participações de Camila Saito, sócia da Tendências responsável pela análise da economia regional, Walter de Vitto, sócio da Tendências responsável pelo acompanhamento do setor de energia, e Matheus Ferreira, consultor da Tendências responsável pelo acompanhamento do setor de construção civil.

Confira mais detalhes sobre o conteúdo compartilhado neste artigo!

PIB total em 2024 para regiões e estados

Norte: O desempenho robusto da agropecuária garantiu um resultado de destaque para a região em 2024, com destaque para as produções de carne bovina, soja, milho e arroz. A indústria também foi destaque positivo, com um desempenho mais forte da indústria de transformação, especialmente nos segmentos de químicos, metalurgia, máquinas e minerais não metálicos, além da extrativa. A dinâmica positiva do mercado de trabalho, varejo e serviços também favoreceram a região. Destaque para Amapá, Amazonas e Pará.

Nordeste: Bons desempenhos da indústria (alimentos, têxtil & vestuário, máquinas e veículos), do comércio e do mercado de trabalho. A agropecuária, por sua vez, tende a registrar uma leve retração, embora com resultados superiores à média nacional. Esse comportamento foi favorecido pelo crescimento nas produções de soja, carne bovina e carne de frango, ao passo que as produções de milho e arroz devem sofrer impactos negativos em função dos efeitos do fenômeno El Niño. Destaque para Ceará e Rio Grande do Norte.

Sul: As enchentes no Rio Grande do Sul tiraram o protagonismo que a região teria neste ano. Embora a recuperação venha se mostrando rápida, via consumo das famílias e construção civil, o impacto foi mais negativo no setor de serviços, principalmente nos segmentos de transporte e mobilidade. Destaque para Santa Catarina.

Sudeste: Evolução positiva da indústria de transformação, com destaque para bebidas, construção civil, máquinas e veículos. A agropecuária deve mostrar queda, com impactos negativos para milho, feijão, soja e cana de açúcar devido ao clima seco e aos incêndios ocorridos em agosto. Destaques para São Paulo e Minas Gerais.

Centro-Oeste: Recuo importante da agropecuária, por conta da forte estiagem enfrentada pela região (impactos negativos do El Niño nas lavouras de milho e soja), além de queda importante nos serviços, principalmente o de movimentação de cargas. Porém, desempenhos mais positivos na indústria (alimentos, têxtil e vestuário, celulose, máquinas e veículos) impediram um desempenho ainda mais fraco para a região. Destaque para Goiás e Distrito Federal.

PIB total em 2025 para regiões e estados

Norte: Bom desempenho da indústria, com destaques para a extrativa – agropecuária com desempenho modesto, com redução da produção de carne bovina devido à sazonalidade do ciclo pecuário e retenção de fêmeas. O evento COP30 deve impulsionar as atividades de construção civil e serviços. Destaque para Pará.

Nordeste: Desempenho ainda positivo, com rescaldo da bonança de consumo, serviços e mercado de trabalho. Destaque para o setor de turismo: agropecuária em alta com recuperação de safra de grãos e boas perspectivas para as produções de cana de açúcar e carne de frango. Destaque para Piauí e Alagoas.

Sul: A safra de grãos deve mostrar bons desempenhos. Atuam como limitantes para a agropecuária as previsões negativas para a pecuária e os riscos de clima mais severo, em especial no Rio Grande do Sul. A recuperação da atividade deve ser puxada por construção civil e serviços (turismo e transportes). Destaque para Rio Grande do Sul.

Sudeste: Indústria de transformação em desaceleração, com política monetária mais restritiva limitando decisões de investimento. No entanto, o cenário é positivo para a indústria extrativa (mineração de ferro e petróleo): agropecuária com desempenho modesto, com quedas na produção bovina e efeitos da seca e queimadas na cana de açúcar e no café. Destaque para Rio de Janeiro.

Centro-Oeste: Recuperação importante da agropecuária, com alta na safra de grãos, após ter recuado na safra 2023/2024. Ainda assim, o desempenho mais fraco da carne bovina deve limitar o resultado mais forte da agropecuária. Considerando a sazonalidade do ciclo pecuário, é esperado que haja uma maior retenção de fêmeas durante o ano de 2025, diminuindo assim o número de animais aptos para abate. Destaque para Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

Consumo de energia

Projetar o consumo de energia vem sendo cada vez mais desafiador, pois envolve grande sensibilidade a eventos climáticos como:

  • Aumento da temperatura média;
  • Maior imprevisibilidade das temperaturas e precipitações;
  • Crescente penetração de aparelhos de ar condicionado (com a estimativa de aumento no número de aparelhos vendidos no primeiro semestre de 2024), embora essa tecnologia esteja presente em apenas 17% dos domicílios no Brasil.

O número de consumidores da modalidade Geração Distribuída (GD) – ou seja, que geram sua própria energia elétrica, em localidade próxima ou onde ocorre o consumo – cresceu de forma exponencial no Brasil. A classe com maior número de consumidores dessa categoria é a residencial.

Consumo de energia – Desempenho de 2024

Norte: Maior crescimento do país no consumo das classes residencial, comercial e outros, impulsionado pelo aumento no número de consumidores residenciais, além das altas temperaturas e dos avanços do varejo e setor de serviços.

Nordeste: Alta no consumo devido ao bom desempenho das vendas do varejo, ao setor de serviços,ao  aumento no número de consumidores residenciais e às elevadas temperaturas. A região também foi a segunda com maior crescimento na classe industrial.

Sul: As enchentes no Rio Grande do Sul impactaram negativamente o consumo no 2º trimestre. Recuperação é observada no 3º trimestre, com retorno à normalidade.

Sudeste: Avanço em todas as classes, impulsionadas pelas altas temperaturas, além do aquecimento do setor de serviços e da produção industrial.

Centro-Oeste: Maior alta do consumo na classe industrial entre as regiões do Brasil. Contudo, apresentou a menor taxa de crescimento comercial.

Consumo de energia – Perspectivas para 2025

O consumo de energia deve crescer menos em todas as regiões, dada a projeção de temperaturas mais amenas e o menor avanço da produção industrial.

Norte: Automotivo, máquinas & equipamentos e alimentos. Maior crescimento da massa de renda. Serviços favorecidos pela COP30.

Nordeste: Automotivo, alimentos e metalurgia. Massa de renda cresce pouco acima da média nacional (efeito negativo das transferências governamentais – “pente fino” e “reajuste nulo”).

Sul: Retomada do Rio Grande do Sul. Setor de serviços mostra retomada mais lenta.

Sudeste: Desaceleração da indústria de transformação (juros mais altos). Desempenho agro modesto (seca e queimadas).

Centro-Oeste: Retomada do agro após seca de 2024, com impactos sobre emprego e renda. Na indústria, destaque para alimentos, biocombustíveis e celulose.

Setor imobiliário

  • O avanço de 2024 foi impulsionado pelo mercado de baixa renda;
  • Cenário de deterioração da demanda por imóveis, sobretudo de médio e alto padrão;
  • Fatores negativos, incluindo (i) condições de crédito mais restritivas; (ii) aumento dos preços de imóveis; (iii) a recente deterioração na confiança dos consumidores; e (iv) a expectativa de leve desaceleração no mercado de trabalho;
  • Há possibilidade de mudanças no programa Minha Casa Minha Vida (como a criação de uma nova faixa e o aporte de recursos adicionais), o que provocaria elevação das projeções de curto prazo.

No que se refere ao lançamento de imóveis:

  • O avanço de 2024 foi impulsionado pelo mercado de baixa renda;
  • Perspectiva de manutenção dos níveis elevados no início do ano, haja vista os fundamentos favoráveis;
  • Desaceleração esperada a partir do 2° semestre de 2025, com esfriamento da demanda;
  • Como atenuantes, há a limitação ao financiamento a imóveis usados com recursos do FGTS e a eventual mudança nas regras do programa Minha Casa Minha Vida;
  • Destaque positivo em 2024 para as regiões Sul e Sudeste.

Saneamento básico

Existe a perspectiva de realização de licitações nos próximos anos. Marco regulatório e participação do BNDES na estruturação de projetos embasam perspectiva de realização de licitações de saneamento.

  • Em 2024, houve retomada das concessões e privatizações no setor de saneamento básico, após pouca atividade em 2023;
  • Para 2025, estão previstas as concessões de água e esgoto de Pernambuco (investimentos estimados em R$ 18,9 bilhões), Rondônia (investimentos de R$ 4,9 milhões) e do Pará (investimentos de R$ 18,8 bilhões);
  • Em 2026, devem ocorrer as concessões de Goiás (investimentos de R$ 5,4 bilhões) e Maranhão, além da PPP da Paraíba (investimentos estimados em R$ 5,8 bilhões).

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