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Reforma Tributária e a construção civil: destravando o potencial de inovação e industrialização

Por: Mário Nazzari Westrup e Bruno Rossini, consultores da Tendências

A Reforma Tributária brasileira caminha para simplificar a carga de tributos e tornar o sistema mais justo, beneficiando vários segmentos. Na construção civil, essas mudanças podem destravar inovação e adoção de novas tecnologias, sobretudo ao introduzir a não cumulatividade plena, que incentiva materiais industrializados e processos mais eficientes.

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Efeitos positivos das mudanças

Hoje, o setor opera sob tributação em cascata: PIS e Cofins cumulativos sobre insumos, ICMS incidente em diferentes fases e ISS sobre serviços, muitas vezes sem possibilidade de crédito integral. Essa sobreposição encarece insumos industrializados, desestimula a pré-fabricação e aumenta o capital empatado em estoque. Além disso, regimes especiais e substituição tributária criam incertezas no planejamento, fazendo com que construtoras calculem margens maiores para absorver riscos fiscais e burocráticos.

Ao reduzir o efeito cascata, o novo modelo estimula o uso de concreto de alto desempenho, aço de alta resistência e soluções em madeira engenheirada. Combinados a práticas avançadas, esses insumos tornam as obras mais rápidas e sustentáveis, ampliando a competitividade do setor no Brasil e no exterior.

Entre as oportunidades abertas pela Reforma está a expansão do uso de sistemas modulares e pré-fabricados, que diminuem o tempo de execução e o desperdício. No regime de não cumulatividade ampla introduzido pela Reforma, as empresas poderão apurar créditos sobre todas as etapas anteriores, viabilizando a aquisição de tecnologias de ponta e a expansão de linhas de produção industrializada.

Esta adoção de métodos construtivos inovadores melhora a qualidade das edificações e o controle de custos. Projetos mais enxutos, padronizados e com menos retrabalho elevam a margem das construtoras e reforçam a imagem de um setor comprometido com modernização e sustentabilidade.

Conclusão

Ao convergir um sistema tributário mais justo com as soluções industriais, a Reforma tende a fomentar pesquisa e desenvolvimento (P&D), qualificar mão de obra e atrair capital para plantas fabris de última geração.

Embora a transição traga desafios de adaptação, o impulso à industrialização, o ganho de produtividade e a redução de resíduos colocam a construção civil em posição de destaque, abrindo caminho para obras mais rápidas, verdes e alinhadas às demandas de um mercado em constante evolução.

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