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Rafael Cortez faz análise das eleições municipais em SP – BandNews

Rafael Cortez faz uma análise das eleições municipais em São Paulo no jornal BandNews.

Sobre o uso da palavra “mudança” por Guilherme Boulos e “continuidade” por Ricardo Nunes, que foram o grande norte da campanha de cada um dos candidatos e o impacto no voto do eleitor, Cortez acredita que, em boa medida, o que o eleitor está decidindo com o voto no segundo turno é se está querendo a continuidade do ponto de vista da administração de São Paulo.

Cortez diz que é importante ficar de olho, porque Boulos começa a campanha com um patamar de rejeição muito elevado, então, naturalmente, ele precisa vender essa ideia de que é um homem seguro. Isso porque não basta o eleitor querer mudar, mas, sim, encontrar uma alternativa segura.

Analisando as eleições em outras cidades, Cortez diz que os seus números mostraram que o sistema político brasileiro tem uma certa dificuldade de nacionalizar, ou seja, de reproduzir nos municípios aquele que é o principal confronto no nível federal na última eleição: PT disputando com o PL.

Ele ainda aponta que chama atenção a dificuldade do PT, a despeito de obter a presidência lá em 2022, de ter um governo Lula que é razoavelmente bem avaliado. Não se trata de um governo que não tem popularidade elevada, mas, mesmo assim, os números do PT nos municípios são bastante decepcionantes. Isso tem a ver com o fato de que o eleitor está olhando para o seu município.

Cortez ressalta que é claro que existem alguns municípios que têm uma repercussão mais nacional por conta da questão quantitativa, porque pode ser de um desses municípios que saia o candidato a presidente lá na frente.

Mas quando olhamos essa avaliação mais geral, o eleitor está avaliando se ele quer ou não continuidade no seu município. Tem também o efeito do recurso público de campanha, então todos os partidos que vão bem são aqueles que têm acesso a esses recursos financeiros. 

Quando questionado sobre a figura dos padrinhos políticos, Cortez diz que o eleitor e várias pesquisas mostram, em alguns lugares, que a figura dos padrinhos políticos, na verdade, não gera voto.

Entretanto, governistas também olham a eleição de São Paulo como uma forma de prestígio ao projeto político. Então, não é por acaso que tem lá ministros importantes do governo Lula acompanhando a candidatura de Guilherme Boulos, enquanto Ricardo Nunes tem sua campanha apoiada pelo governador do estado, Tarcísio de Freitas, forte candidato à presidência em 2026.

Pensando ainda em 2026 e como as eleições municipais de 2024 influenciam o cenário futuro, Cortez acredita que o impacto ocorre principalmente no campo das elites políticas, e não diretamente na escolha do eleitor para 2026.

A primeira missão das lideranças é interpretar os resultados e definir estratégias para os conflitos que surgem agora, como a eleição para a presidência da Câmara e do Senado. Na Câmara, mais polarizada, podemos esperar uma reforma ministerial por parte de Lula para influenciar o resultado. Isso implicará uma leitura da realidade política para definir os aliados até 2026. Vale lembrar que o eleitor está em um jogo à parte. Essas alianças ocorrem no âmbito das elites e o eleitor voltará a se engajar nas questões eleitorais em 2026.

Confira a entrevista completa no vídeo abaixo!