Quaest: Operação da PF alcançou 56 milhões de perfis; Pesquisa aponta que 56% das menções foram críticas a Bolsonaro – GloboNews

Em entrevista à GloboNews, Rafael Cortez, cientista político e sócio da Tendências, analisa os desdobramentos políticos da operação da polícia federal contra Bolsonaro e seus aliados.

A pesquisa da Quaest mostra que a operação Tempus Veritati, de 08 de fevereiro, apenas ficou atrás, em alcance, de 08 de janeiro de 2022.

Quando perguntado sobre as implicações políticas a longo prazo de um dia como o de 08 de fevereiro, Cortez diz que “será e por diversas razões. Primeiro, pela gravidade do fato em si. Cada momento dessas operações e das investigações judiciais a gente consegue entender melhor o xadrez, as estratégias, o processo decisório de uma escolha política anterior. (…) De fato, um grupo importante dentro de uma administração tomou uma decisão, em algum momento, de não respeitar o resultado eleitoral e, a partir dessa decisão, tentou-se desenhar um plano que estamos aprendendo agora qual é. A repercussão é proporcional à gravidade do fato.”

“Quando a gente pensa na implicação dessa gravidade, do ponto de vista mais sistêmico, é uma implicação super positiva. Dá a entender a importância da democracia, uma ideia de que ela não está consolidada para sempre e que é preciso que os atores invistam politicamente nela. Agora, do ponto de vista de impacto eleitoral, eu sou um pouco mais conservador nessa ideia de que, a partir de todo esse conhecimento, a gente vai ter uma reviravolta na cena política brasileira, especialmente pensando na força entre Lula versus Bolsonaro, entre o governismo versus oposição.”, acrescenta Cortez.

Cortez cita como exemplo o caso do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que está enfrentando uma série de processos na justiça e, mesmo assim, está disputando as primárias nos Estados Unidos para tentar novamente uma candidatura, inclusive com aumento nas intenções de voto.

Quando questionado sobre o papel do Presidente Lula em relação ao cerco ao ex-presidente Bolsonaro, Cortez diz que acha que o que Lula irá fazer é tentar encontrar um discurso que tente dar alguma situação de normalidade ao seu governo, mas que tenha benefícios políticos para ele. “Acho que, até encontras esse tom, deve passar por essa ideia de ‘olha, tem que fazer as investigações, não tem nada de aparelhamento, etc. e tal’, mas tem que garantir o devido processo legal justamente para reforçar a tese em relação à sua pessoa. Então, é sempre alimentando essa rivalidade com o bolsonarismo, que isso traz, eventualmente, dividendos políticos, mas sem perder um pouco a ideia de institucionalidade.”

Confira a entrevista completa no vídeo abaixo!

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