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Mercado vê alta da Selic a 11,25% nesta semana – O Globo

Copom deve elevar ritmo de aperto monetário, com dólar valorizado e cenário de incerteza fiscal

O Banco Central deve pisar no acelerador e aumentar o ritmo de alta de juros na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) desta semana, a primeira após aprovação de Gabriel Galípolo para comandar a instituição em 2025. Com preocupações fiscais e o dólar alto, a expectativa é que o Copom eleve a Selic em 0,50 ponto percentual (p.p.), para 11,25% ao ano, de acordo com expectativas do mercado. A decisão deve unir os nove diretores, inclusive Galípolo e o atual presidente, Roberto Campos Neto.

Em setembro, o comitê retomou o ciclo de alta com um aumento de 0,25 p.p. De lá pra cá, o cenário é de inflação mais acentuada, com a alta do dólar, e há mais ceticismo com o ajuste fiscal. No último encontro do Copom, o câmbio considerado foi de R$ 5,60, mas a moeda americana fechou em quase R$ 5.87 na sexta-feira passada, o maior patamar desde a pandemia.

Economia aquecida

Pesam na decisão também dados que reforçam uma economia sobreaquecida no Brasil, o que tende a elevar preços. Há ainda tensão com as eleições americanas.

Na Tendências Consultoria, a expectativa é de aumento da Selic a 11,25%, seguido de mais duas altas de 0,50 p.p. e uma de 0,25 p.p., encerrando o ciclo de aperto em 12,5%.

– Com essa piora adicional de ambiente e a renovação dos números fortes do mercado de trabalho, o Copom precisa dar uma resposta mais firme, acelerar o ritmo de aperto – diz o sócio da consultoria, Silvio Campos Neto.

A Terra Investimentos também espera que a Selic atinja 11,25% na quarta-feira e passou a prever aumento para 13% até o fim do ciclo, diante da economia sobreaquecida, do “persistente” descolamento das expectativas de inflação e “da falta de visibilidade em relação à política fiscal”.

A instituição também pontua que a nova composição do Copom ainda precisa ser testada. Na reunião, o BC terá dois presidentes aprovados, embora só um empossado – algo inédito. Para o economista-chefe da consultoria, João Mauricio Rosal, haverá unanimidade na decisão.