Falta de medidas efetivas de corte de gastos aumenta resistência ao pacote fiscal do governo – Jornal Nacional
- Na Mídia
- 13/06/2025
- Tendências

Em entrevista ao Jornal Nacional, o diretor-presidente da Tendências e ex-diretor do Banco Central, Gustavo Loyola, explica que é preciso rediscutir a política de reajuste do salário mínimo no Brasil.
A falta de medidas efetivas de corte de gastos aumentou a resistência do Congresso ao pacote fiscal do governo. Mais de 90% do orçamento do governo estão comprometidos com as despesas obrigatórias. A maior delas, a conta da Previdência Social, passa de R$ 1 trilhão e ocupa mais de 40% dos gastos.
O economista Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central, disse que é preciso rediscutir a política de reajuste do salário mínimo e a vinculação do valor do mínimo aos benefícios da previdência.
“O salário mínimo tem aumentos reais e esses aumentos reais são transportados para uma série de outras rubricas de gastos do governo, como benefícios previdenciários, o benefício de prestação continuada, etc. Eu acho que tem que partir do Executivo e do Congresso, eu acho que os dois poderes são igualmente responsáveis e devem procurar um acordo.”, explica Loyola.
Ele acrescenta que o que pode viabilizar um acordo é fazer as coisas gradualmente. “O mais importante é que a gente vá na direção correta, vá reduzindo, por exemplo, no caso das vinculações, gradualmente, dando maior flexibilidade. Isso poderia viabilizar politicamente um ajuste e trazer maior tranquilidade de que mais à frente as contas públicas vão estar em ordem.”.
As negociações entre governo e Congresso não avançaram ao longo da semana. Hoje, uma coalizão que representa 20 frentes parlamentares se manifestou contra a medida provisória do governo que aumenta tributos, pedindo a devolução imediata da MP. Na próxima segunda-feira, a Câmara vota a urgência de um projeto para derrubar o aumento do IOF proposto pelo governo federal.
Confira a reportagem na íntegra no vídeo abaixo!