Tendências Consultoria Econômica

  • Português
  • English
Edit Template

Eleições 2024: Campanha do segundo turno se intensifica a nove dias da votação decisiva – Jovem Pan TV

Rafael Cortez, sócio da Tendências Consultoria, analisa a intensificação da campanha do segundo turno das Eleições 2024, que ocorre nove dias antes da votação decisiva. Ele destaca as estratégias dos candidatos e a importância das mobilizações para conquistar eleitores.

Impacto do apagão no segundo turno das eleições de São Paulo

Quando questionado sobre o que é mais primordial na reta final de campanha da eleição de São Paulo e a presença dos padrinhos políticos de cada candidato – Lula na campanha de Guilherme Boulos e Jair Bolsonaro na campanha de Ricardo Nunes, Cortez diz que agora é uma campanha, basicamente, de quem está em segundo lugar precisar encontrar um fato novo, uma espécie de choque no debate final da campanha.

“Basicamente, tem que encontrar alguma coisa que mude a percepção do eleitor em relação aos dois candidatos. O dilema é a rejeição no segundo turno. O segundo turno (…) é desenhado para, de alguma maneira, proteger o sistema político de candidatos que têm uma maioria pequena. Por isso se pede os 50% mais um. E, aí, quando a gente entra no segundo turno, se torna basicamente uma questão de comparação de rejeição. O que a gente viu com o desdobramento do apagão foi, em alguma medida, até uma perda de força da campanha do Nunes, mas que não se transferiu pro Guilherme Boulos, de tal sorte, pelo menos por hora, mesmo com essa tentativa de jogar um pouco uma agenda negativa na campanha do Nunes, ainda não conseguiu quebrar o estigma que envolve a campanha e o candidato Guilherme Boulos.”, explica Cortez.

Transferência de votos

Sobre o fator “transferência de votos” ser ou não um fator em desuso, Cortez diz que não é bem isso, mas que certamente é superestimado. A ideia de que o tal do padrinho político consegue transferir de alguma maneira o comportamento do eleitor parece um tanto quanto exagerada.

Esse exagero tem a ver com a leitura que a sociedade acaba fazendo das disputas que têm mais ligação com a questão nacional, como São Paulo, que foi uma eleição em que tanto Lula quanto Bolsonaro investiram bastante na ideia de que vencer na cidade seria importante para a disputa de 2026. Isso acaba gerando uma percepção, na visão de Cortez, exagerada nessa ideia de que eles controlam determinados segmentos do eleitorado. E é curioso que esse enredo não é novo.

Há um bom tempo vemos essa ideia de que diversos líderes, lá atrás, tentaram fazer uma transferência de votos e isso não deu certo. 

Impacto das eleições municipais de 2024 em 2026

Quando questionado sobre qual balanço seria possível fazer com relação aos resultados do primeiro turno pelas cidades do país em 2024 e um certo fortalecimento de partidos mais de centro e de direita, Cortez acredita que tem algum impacto, mas é mais no âmbito dos líderes partidários e da elite política, que vai olhar os resultados eleitorais, entender onde cada partido tem mais força ou menos força, e o que cada partido quer ganhar lá na frente. 

Cortez levanta o questionamento: para aqueles partidos que não vão disputar a eleição presidencial, o que eles querem ganhar? Qual é o estado que eles julgam que é condição para eventualmente dar apoio pro candidato A ou pro candidato B?

As eleições municipais desenham a força relativa dos partidos e renovam a percepção de quem está bem ou quem está mal. E esses partidos vão lá em 2026 pensar nas suas estratégias, mas Cortez não acha que tem a ver com a preferência do eleitorado.

Cortez aponta que, entre essas questões estratégicas mencionadas, a central parece ser o que a eleição de 2024 tem a dizer sobre qual candidato vai rivalizar com o Lula em 2026. E aí, há destaque natural para São Paulo e para o efeito que isso tem pro governador Tarcísio de Freitas, que é percebido como um dos nomes mais cotados para eventualmente rivalizar com Lula.

Confira a entrevista completa no vídeo abaixo!