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Com inflação acima da meta e juros altos, o futuro da economia brasileira pode não ser sustentável – Jornal da Cultura

Em entrevista ao Jornal da Cultura, o sócio da Tendências, Silvio Campos Neto, explica os fatores que influenciam as expectativas negativas para o potencial de crescimento da economia brasileira no longo prazo.

O governo deve realizar bloqueios no orçamento de 2025 para garantir o cumprimento da meta fiscal. A previsão é do secretário executivo do Ministério da Fazenda, que participou de um evento promovido pelo jornal Valor Econômico, nos Estados Unidos. Apesar de acima da meta, a inflação não preocupa o secretário.

O IPCA, índice que mede a inflação no acumulado dos últimos 12 meses terminado em abril, fechou em 5,53%. A meta para o período é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto para cima ou para baixo. Já a taxa básica de juros chegou a 14,75% ao ano. Aumentar os juros é o remédio usado pelo Banco Central para tentar alcançar o objetivo de controlar a inflação.

O resultado vem com a diminuição da atividade econômica. Com crédito mais caro, é esperada queda no consumo e nos investimentos, o que ajudaria a reduzir os preços.

Na ata da reunião que aumentou em meio ponto percentual a Selic, o Copom indicou que a política monetária contracionista tem contribuído e seguirá contribuindo para a moderação do crescimento e que, dadas as defasagens inerentes aos mecanismos de política monetária, espera-se que tais efeitos se aprofundem nos próximos trimestres.

O governo vê o contrário. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que acredita em uma taxa de crescimento média de 3% ao ano. Alguns economistas, no entanto, entendem que o potencial de crescimento é menor e vai depender do aumento dos investimentos e da produtividade.

“Quando a gente pensa num crescimento estrutural, um crescimento de forma sustentável por 5, 10, 15 anos, nós estamos olhando fundamentalmente para a disponibilidade e qualificação de mão de obra, para os investimentos que são feitos em capacidade produtiva, ou seja, em bens de capital, máquinas, equipamentos, novas fábricas, infraestrutura e também na própria produtividade do país. Observamos que, em alguns aspectos importantes destes, o Brasil tem deixado a desejar. Primeiro que já há um fator que é natural e inevitável, que é a nossa mudança demográfica. Então, o crescimento hoje da nossa mão de obra é muito menor do que foi no passado, tendendo inclusive a se aproximar de zero na próxima década.”, explica Campos Neto.

Confira a reportagem completa no vídeo abaixo!