Classe média cresce em 2024 e predomina no país – Jornal da Globo
- Na Mídia
- 07/01/2025
- Tendências
Em entrevista ao Jornal da Globo, Lucas Assis, economista da Tendências Consultoria, comenta sobre o crescimento da classe média em 2024 e sua predominância no país. No ano anterior, 50,1% dos domicílios estavam concentrados nas classes C, B e A.
Apesar da piora nas projeções para este ano, há bons resultados previstos para 2024, que tiveram impactos positivos do ponto de vista da renda. Um estudo mostra que, por causa disso, aconteceu algo significativo: a soma das classes A, B e C neste momento está superando o tamanho das classes D e E somadas. Isso tem impactos na caracterização do Brasil como um país de classe média.
De acordo com um estudo da Tendências Consultoria, em 2024, o Brasil voltou a ser um país de classe média, considerando essa soma. Isso significa que 50,1% dos domicílios estão concentrados nas classes C, B e A. A última vez que isso aconteceu foi em 2015.
Atualmente, 31% das famílias estão na classe C, seguida da B, com quase 15%, e da classe A, representada por pouco mais de 4% das famílias.
A renda mensal familiar dessas três classes é a partir de R$ 3.400. Mesmo com essa melhora, o levantamento mostra que as classes mais pobres ainda são muito expressivas: 49,9% das famílias estão nas classes D e E, com renda mensal domiciliar de até R$ 3.400. As regiões Norte e Nordeste concentram as menores rendas, enquanto o Centro-Oeste e o Sudeste têm as maiores rendas do país.
O estudo destaca ainda que, entre as classes mais pobres, a maior fonte de renda vem de programas sociais, como o Bolsa Família. Já na classe A, a renda é proveniente de ganhos de capital, como juros e dividendos, enquanto a classe C depende mais de salários.
Para Lucas Assis, da Tendências Consultoria, o aumento da classe média no último ano se deve à melhora do emprego no Brasil.
“À medida que há uma maior demanda por mão de obra do que a oferta, com a taxa de desemprego reduzida, a pressão salarial acaba incrementando essa renda do trabalho e ampliando a renda desses domicílios abaixo da linha da pobreza, migrando para classe média. A gente vê que hoje, no Brasil, há uma maior participação de domicílios não pobres, que seriam essas classes média, média alta e a classe alta, em comparação aos domicílios abaixo da linha da pobreza, nas chamadas classes D e E.”, explica Assis.
O levantamento também mostrou que a ascensão social das classes D e E deve desacelerar nos próximos anos, acompanhando um fenômeno comum em países com alta desigualdade de renda.
O estudo reforça que, apesar do emprego ser o principal meio para reduzir a pobreza, o mercado de trabalho brasileiro ainda é caracterizado por baixas remunerações, elevadas desigualdades entre grupos e altas taxas de informalidade.
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