A previsão de inflação caiu de 5,68%, da semana passada, para 5,66%, a primeira queda depois de vinte semanas – Jornal da Cultura
- Na Mídia
- 19/03/2025
- Tendências

Em entrevista ao Jornal da Cultura, Silvio Campos Neto, economista da Tendências Consultoria, destacou que a previsão de inflação caiu de 5,68% para 5,66%, a primeira queda após 20 semanas, mas ainda está acima da meta de 4,5% para 2025.
“Apesar dessa acomodação na margem em relação a 2025, ainda há pontos de preocupação e de incerteza que não indicam com clareza que a batalha contra esse ciclo inflacionário foi totalmente vencida. Muito pelo contrário. Não por acaso, o que se espera é que o Banco Central ainda promova novos ajustes para cima nas taxas de juros.”, diz Campos Neto.
A queda captada pelo Banco Central é um alento, mas o Comitê de Política Monetária está de olho em outro dado: a previsão do IPCA para 2026 subiu de 4,40% para 4,48%. É justamente a inflação futura que deve pautar a reunião do Copom, que começa nesta terça-feira para discutir a taxa básica de juros.
A aposta é que o Copom vai aumentar mais uma vez a Selic em um ponto percentual, para 14,25% ao ano. A decisão será divulgada na próxima quarta-feira. Para especialistas, pesam no horizonte as incertezas sobre o governo de Donald Trump nos Estados Unidos e a pressão inflacionária.
Segundo a Federação do Comércio de São Paulo, a desaceleração da economia no fim do ano já reflete os efeitos dos juros altos, mas os serviços, o varejo e o mercado de trabalho ainda estão aquecidos. Tanto que um dos índices considerados como uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB) subiu quase 1% em janeiro.
O número indica que a economia deve ter uma alta forte no primeiro trimestre, puxada pelo agro. Ainda assim, a expectativa para o PIB deste ano caiu de 2,01% do boletim anterior para 1,99%.
“Sabemos que o governo passa por suas dificuldades do ponto de vista de aprovação e de popularidade. Isso acaba desencadeando temores com eventuais medidas que tenham como finalidade uma recuperação de capital político, mas que possam trazer problemas econômicos, especialmente num momento onde o Banco Central rema em uma direção, no sentido de esfriar a economia para que a inflação caia, e o governo tentando obter dividendos políticos com medidas que podem caminhar numa direção oposta.”, aponta Campos Neto.
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