Tendências Consultoria Econômica

  • Português
  • English
Edit Template

Rafael Cortez, da Tendências Consultoria: “Mundo pode perder produtividade com protecionismo de Trump” – DC News

As especulações do mercado sobre Donald Trump 2 giram em torno do estilo de governar do presidente americano, que tomou posse para o seu segundo mandado nesta segunda-feira (20), em Washington, capital americana. As preocupações dos especialistas e governantes são com as políticas interna e externa do republicano, anunciadas em sua campanha (taxar menos domesticamente e mais quem vende aos EUA). Ambas podem trazer consequências globais, como o comprometimento da produtividade. Neste caso, a explicação é simples: caso aconteça, de fato, o aumento nas taxas aplicadas aos que exportam para os Estados Unidos, isso obrigaria os países a adotar novos preços para reduzir perdas. “Isso implicaria em pressão inflacionária global, e até perda de produtividade”, disse Rafael Cortez, sócio e analista de risco político da Tendências Consultoria.

Principal parceiro comercial do Brasil, a China seria fortemente afetada, na visão do especialista, o que por consequência recairia sobre o mercado local. “A China certamente aumentaria preço e o Brasil compraria mais caro, mas teria de vender mais caro também.” O contexto que explica o possível aumento da taxação dos países parceiros comerciais dos Estados Unidos é parte da política “América first”, que Trump adotou como mote de campanha, na tentativa de fortalecer a ideia de que os americanos voltariam a viver tempos gloriosos economicamente. No discurso de posse, o presidente dos Estados Unidos ressaltou que o país voltaria à “era de ouro” e citou explicitamente a exploração de petróleo e gás. “Seremos uma nação rica novamente, e é esse ouro líquido sob nossos pés que ajudará a fazer isso”, afirmou.

Na análise de Cortez, a afirmação está em linha com o pensamento conservador que filosoficamente defende o chamado globalismo, ou seja, a menor dependência do mundo para produzir o que precisa. “A filosofia do globalismo é bem comum da direita e os países devem estar atentos a isso”, afirmou. Isso traria outra implicação: se de fato acontecer, haveria uma tendência de reindustrialização no Brasil defendida tanto pela direita como pela esquerda. O país se desindustrializou nos últimos 30 anos, e hoje é fortemente dependente de commodities para fazer bons números na balança comercial e no PIB, muito em função do volume produzido pelo agro e também pelo setor de serviços. No acumulado em quatro trimestres, até setembro, o PIB brasileiro sobe 3,1%, com alta de 3,4% nos serviços, segundo o IBGE. “A pauta da reindustrialização é importante ao Brasil”, disse o especialista.

Reprodução. Confira o original clicando aqui!