Tendências Consultoria Econômica

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Produtos básicos estão mais caros nos supermercados – TV Cultura

Em entrevista à TV Cultura, a Tendências Consultoria é citada em um estudo sobre o aumento dos preços dos produtos básicos nos supermercados, com destaque para o café, uma das commodities mais valorizadas no ano passado, e o ovo, que perde espaço entre os alimentos mais acessíveis.

Nos últimos 12 meses, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo do IBGE subiu 4,5%. Se considerado somente o valor dos alimentos, no entanto, a alta já passa dos 7%. O café, companheiro de todos os dias do brasileiro, é um dos que não param de subir.

Um pacote comprado no início do ano passado já subiu pelo menos 50% de lá para cá, sendo 8% só no mês de janeiro. Dólar alto e eventos climáticos intensos entram nessa conta e ajudam a explicar a carestia, mas não só.

A antes inofensiva cenoura e o tomate também acumularam aumentos significativos no primeiro mês do ano. Outro item que tem feito o bolso pesar é o ovo. A Associação Brasileira de Supermercados apontou uma alta de até 40% no preço do produto nas últimas semanas. Com cartelas passando facilmente dos R$ 20, o item vem perdendo o posto entre os mais acessíveis na alimentação.

Se tirarmos dessa conta itens como o café, que não deve dar trégua até a próxima safra, a perspectiva é de que esse cenário de inflação fique um pouco menos pressionado neste ano. Um dos responsáveis para isso pode ser o câmbio.

Em 2023, a renda domiciliar per capita cresceu 11,5%. No ano passado, segundo um estudo da Tendências Consultoria, a massa de renda total cresceu 7%. E, mesmo assim, isso não foi suficiente para absorver a sensação de que os preços estão subindo muito. Isso ocorre por conta da inflação, do aumento do IPCA e também da taxa Selic, que pressiona os custos.

Do ponto de vista macroeconômico, a inflação e os juros impactam diretamente o preço ao consumidor no nível microeconômico. E há um movimento interessante acontecendo: o uso de bens substitutos. Quando a carne sobe de preço porque exportamos mais essa commodity – já que, com o dólar alto, é mais vantajoso vender para fora do que para dentro –, o consumidor acaba tendo que substituir esse bem por outro, como peixe, frango ou ovos.

Esse comportamento faz com que as pessoas observem os preços semanalmente para escolher o item mais barato e diminuir o impacto no orçamento. Mesmo com o aumento da renda, ele não foi suficiente para compensar a forte alta da inflação nos alimentos.

O governo está nas cordas, segundo as pesquisas, e um dos fatores que levaram a isso foi a inflação, principalmente dos alimentos. O que fazer do ponto de vista político então?

Politicamente, o governo precisa dar sinais de que tem controle sobre a inflação e que está tomando ações para diminuir o preço, principalmente dos alimentos, que têm grande impacto.

Mas não é só uma questão de comunicação. Percebe-se uma certa inércia do governo em responder a essas pressões e em apresentar medidas eficazes. Com isso, gera-se ainda mais descrédito sobre suas ações.

Nos últimos seis meses, o governo tem perdido popularidade, o que evidencia também sua dificuldade em assumir medidas importantes e políticas eficazes para enfrentar os desafios econômicos.

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