IPCA-15: preços sobem 0,54% em outubro com disparada da energia elétrica – Globo
- Na Mídia
- 25/10/2024
- Tendências
Em uma matéria do Jornal da Globo, Silvio Campos Neto, sócio e economista sênior da Tendências, afirma que o aumento de 0,54% nos preços em outubro é impulsionado pela alta da energia elétrica.
Com a prévia da inflação de outubro que acelerou, o IPCA-15 avançou 0,54% depois de ter tido uma alta bem mais leve em setembro. Foi a segunda maior taxa do ano e também a mais alta para o mês do ponto de vista de uma prévia de IPCA desde 2021.
Em 12 meses, a aceleração foi de 4,47%, bem perto do teto da meta perseguida pelo Banco Central, que é de 4,5%. A pressão nos preços veio da energia elétrica residencial e também dos alimentos, principalmente da carne.
Essas pressões na prévia da inflação têm um ponto em comum: a seca que atinge parte do país e aumenta o custo da alimentação e também da energia. A gente está agora na bandeira vermelha 2, e com isso o preço da energia elétrica avançou 5,29% em outubro, respondendo por quase 40% da alta do IPCA 15. Esse avanço, junto com um outro aumento, que é o preço do botijão de gás, puxou para cima o grupo da habitação.
Outro grupo com impacto importante foi o de alimentação e bebidas, que representou 1/3 da variação da prévia da inflação. Comer dentro de casa, por exemplo, ficou mais caro por causa do aumento nos preços de alguns itens, como você estava dizendo aí, Renata: contrafilé, café moído e leite longa vida. Desde o mês passado, as carnes têm pressionado a inflação por conta da seca e também da alta demanda no mercado interno e externo, que elevou o preço do boi gordo.
Os brasileiros também estão sentindo o peso de comer fora de casa. Isso porque a alimentação na rua ficou 0,66% mais cara e ajudou, inclusive, a pressionar a inflação dos serviços, que veio bem acima do esperado pelo mercado.
Essa aceleração também foi mais intensa por conta do aumento nos preços do seguro de carro e também do aluguel. A inflação de serviços é, inclusive, observada com bastante atenção pelo Banco Central, porque quando ela sobe, mostra que a atividade segue forte e, consequentemente, pode pressionar o BC a elevar os juros para esfriar a economia.
“A inflação de serviços efetivamente acaba ilustrando um ambiente de desequilíbrios macroeconômicos de forma mais clara. E nessa conjuntura atual de crescimento econômico com baixa ociosidade, principalmente no mercado de trabalho, é preciso ter um pouco mais de atenção com esse grupo, por conta da perspectiva de que ele passe a mostrar variações um pouco mais altas nos próximos meses, dificultando mais o trabalho do Banco Central de trazer a inflação como um todo para a meta de 3%.”, explica Campos Neto.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comentou o resultado do IPCA-15. Mesmo com a alta dos preços, ele acredita que a inflação deve fechar o ano dentro da meta.
O grupo de transportes foi o único a apresentar queda em outubro. O destaque é para passagens aéreas, que caíram mais de 11%.
Confira a reportagem completa no vídeo abaixo!