Em matéria do Jornal da Record, o sócio da Tendências e ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega fala sobre a carreira de Delfim Netto.

O ex-ministro e ex-deputado Delfim Netto foi um dos mais influentes economistas do século XX no Brasil e responsável por um dos momentos de maior crescimento da história brasileira.

Antônio Delfim Netto estava internado havia uma semana em São Paulo. A assessoria do ex-ministro não confirmou a causa da morte, apenas informou que foi em decorrência de complicações no quadro de saúde. Aos 96 anos, Delfim Netto sai de cena e deixa um legado de décadas de influência na economia e na política do Brasil.

A vida pública de Delfim Netto começou no período da ditadura militar, em 1967, quando se tornou Ministro da Fazenda do General Artur da Costa e Silva, cargo que ocupou até 1974. 

Delfim Netto foi o homem mais poderoso da economia brasileira num período de forte crescimento do PIB nacional, com taxas que chegaram a até 14% ao ano e com a criação de 15 milhões de empregos, o que ficou conhecido como o “milagre econômico brasileiro”. No entanto, a concentração de renda também aumentava, e Delfim dizia que era preciso “fazer o bolo crescer para depois dividi-lo”. 

Delfim também foi Embaixador brasileiro na França por três anos. Na volta, como Ministro do Planejamento, enfrentou um período de altas taxas de inflação e recessão. Com o fim do período militar, ele se elegeu deputado federal e permaneceu no cargo por 20 anos. Após a primeira eleição de Lula, Delfim se tornou conselheiro informal do presidente.

“Como deputado, ele também foi também muito influente na área política no Congresso Nacional. Delfim era aquele tipo de indivíduo que, uma vez conhecendo e convivendo, não se deixa de admirar. E daí a sua influência durante cinco décadas, pelo menos, como pesquisador, professor, secretário da Fazenda de São Paulo e assim por diante.”, diz Maílson da Nóbrega.

Delfim deixa uma filha e um neto. O enterro foi restrito à família.

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