O presidente eleito da Argentina, Javier Milei, propôs uma das medidas mais drásticas para controlar a inflação: a dolarização da economia – Jornal da Cultura
- Na Mídia
- 23/11/2023
- Tendências
Uma das principais propostas de Javier Milei para controlar a inflação da Argentina é dolarizar a economia. Mas você sabe o que é dolarização?
A moeda oficial da Argentina é o peso, mas o dólar americanos é bem aceito pelos nossos vizinhos, o que faz a economia local ser parcialmente dolarizada.
“Quando a sociedade deixa de acreditar na sua moeda, essa moeda perde boa parte das suas funções. Isso é um fator que, inclusive, contribui com a aceleração do processo inflacionário. As pessoas não querem mais deter essa moeda.”, diz Silvio Campos Neto, sócio e economista-sênior da Tendências.
Por isso, o presidente eleito Javier Milei quer dolarizar de vez a economia. Ou seja, significa tirar de circulação o peso argentino e colocar o dólar no lugar, uma mudança drástica, que afetaria toda a política monetária do país.
Campos Neto aponta que “o Banco Central tem que deter reservas suficientes para fazer essa substituição o mais rápido possível de todo o seu meio circulante em moeda própria para dólar. E esse é um desafio bastante importante, principalmente em países que têm um baixo nível de reservas.”.
O principal motivo que o governo eleito da Argentina aponta para dolarizar a economia é acabar com a hiperinflação, principal problema econômico do país. Mas perder o controle monetário pode trazer consequências. Por isso, dolarizar uma grande economia tem seus dilemas.
Países menores já seguiram esse caminho: Equador, que tem cerca de 18 milhões de habitantes, e Panamá, com pouco mais de 4 milhões, adotaram o dólar como moeda principal. Mas o processo nunca foi feito com a economia do tamanho da Argentina, que soma 45 milhões de habitantes e um PIB de US$ 632 bilhões.
“Traz a inflação para níveis próximos dos patamares norte-americanos do que você está usando o dólar. Então talvez esse seja o principal benefício, mas, ao mesmo tempo, impõe uma série de restrições e limites, principalmente no uso da política monetária, e torna sua economia muito mais sujeita a choques externos.”, diz Campos Neto.
Confira a reportagem completa no vídeo abaixo.