Repercussões da manifestação bolsonarista em São Paulo: Entrevista com Rafael Cortez, Cientista Político – Rádio Nova Brasil
- Na Mídia
- 29/02/2024
- Tendências
Em entrevista para a Rádio Nova Brasil, Rafael Cortez, cientista político e sócio da Tendências, discute as repercussões das manifestações de apoiadores de Bolsonaro em São Paulo.
“A despeito da celeuma de quantas pessoas tiveram (na manifestação), eu acho que é um número suficientemente relevante para mostrar alguma força política por parte do bolsonarismo, especialmente se a gente analisa essa manifestação à luz dos desdobramentos jurídicos e das operações da polícia federal em torno não só do ex-presidente, mas do seu núcleo de apoio.”, aponta Cortez.
Cortez ainda diz que a manifestação parece relevante para ele e que é possível extrair, através dela, uma ideia de que o Brasil ainda fica muito marcado pelo tipo de conflito que assistimos nas eleições de 2022. “É um número relevante que, por outro lado, se é politicamente relevante, me parece que, também, não é nada a ponto de conseguir, eventualmente, ter algum impacto em termos dos ritmos das investigações envolvendo o ex-presidente.”, complementa Cortez.
Quando questionado sobre a oposição estar mais ou menos organizada nessa manifestação, Cortez acredita que “nos últimos 10 anos, mudamos um pouco o perfil de manifestações políticas no Brasil, outrora muito marcantes no campo da esquerda. Ao contrário, nesse momento, a direita tem tido uma participação bem relevante nas ruas e em vários tipos de conjuntura, o que me parece mostrar que existe, ainda, um mercado eleitoral bem importante para a direita explorar e que, a despeito, eventualmente, de manifestações jurídicas adicionais contrárias ao ex-presidente, a sua força política é bem importante e ainda acho que a direita é bastante favorita nas eleições municipais de 2024.”
Entretanto, Cortez não acredita que as chances de ocorrer a anistia das pessoas que participaram dos atos antidemocráticos de 08 de janeiro, conforme pediu o ex-presidente, sejam altas, mas que ela pode ocorrer.
“Me parece que ali tem uma estratégia de organizar essa centro-direita, que é maioria no Congresso, para justamente, em um cenário possível de prisão do ex-presidente, que possa ter um movimento nessa direção. Ele ainda cita uma ideia de pacificação, uma ideia de olhar para frente. Acho que tem a ver com a percepção de que há um risco concreto de que, eventualmente, ele possa ser preso em algum momento dessas investigações.”
Reprodução. Confira a entrevista completa no vídeo abaixo!