Tendências Consultoria Econômica

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“O mecanismo privado de solução de litígios tem se mostrado eficiente e mais especializado”

Fabiana Tito é sócia da Tendências Consultoria, empresa líder em perícia econômica. Ocupando a 28ª posição na lista Corporate & Finance Leading Women, ela fala sobre os desafios em indicações femininas nas disputas e as perspectivas da arbitragem para o próximo ano.

Como você descreveria os diferenciais da sua atuação na área perícias?

Fundada em 1996, a Tendências Consultoria se consolidou como a principal referência no Brasil em soluções de consultoria econômica e finanças corporativas devido ao seu reconhecido conhecimento técnico, credibilidade, independência e rigor. Na atuação na área de perícias, auxiliamos a compreensão de questões econômico-financeiras e a navegar pelas peculiaridades de diferentes setores, combinando diversas áreas de especialização econômica (direito e economia, macroeconomia e finanças corporativas) para oferecer a melhor solução. Na área de Direito e Economia, a Tendências é altamente reconhecida apoiando em diversos setores, oferecendo assessoria pericial estratégica e técnica e desenvolvimento de laudos econômicos especializados em diversos temas de contenciosos, regulatório e demais áreas em que o direito e a economia se relacionam, interagindo tecnicamente com peritos e demais autoridades brasileiras, agências reguladoras e os poderes executivo, legislativo e judiciário do governo.

‌Quais são os maiores desafios para as mulheres que atuam no setor?

‌Apesar de muitas conquistas, as mulheres em temas relacionados à economia e finanças, incluindo a área de perícias, ainda enfrentam desafios. A sub-representação de mulheres em cargos de liderança e em equipes de perícia econômica pode ser um desafio. A falta de modelos femininos nessas posições influencia a percepção das mulheres em relação às oportunidades disponíveis para elas na área. Estereótipos de gênero podem afetar também a maneira como as mulheres são percebidas em ambientes de trabalho, podendo influenciar as oportunidades de atribuição a indicações, mesmo ocupando semelhantes posições e tendo níveis similares de experiência e qualificação. Mulheres muitas vezes enfrentam também desafios na construção de networking e conexões em um ambiente de trabalho predominantemente dominado por homens. Importante a continuidade de conscientização sobre o viés de gênero para superar esses desafios, estabelecendo iniciativas que buscam criar ambientes de trabalho mais inclusivos.

‌Como você avalia o cenário atual da arbitragem no Brasil?

A prática da arbitragem tem crescido no Brasil, especialmente em disputas empresariais e contratuais. Dados da Corte Internacional de Arbitragem da Câmara de Comércio Internacional (ICC), uma das mais importantes do mundo, revela que, em 2021, o Brasil passou a ocupar o segundo lugar no ranking global de partes envolvidas em arbitragens na ICC, composto por 143 países, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. O mecanismo privado de solução de litígios tem se mostrado eficiente e mais especializado, além de gerar um ambiente favorável para novos negócios, oferecendo segurança jurídica a empresas nacionais e internacionais. Entretanto, optar pela arbitragem passa por uma avaliação de custos e dos benefícios, tendo como vantagem maior celeridade, especialidade e eficiência na solução de conflitos.

‌E quais as perspectivas para o próximo ano?

A expectativa é de que o segmento continue crescendo e se fortalecendo, não apenas com assuntos relacionados às áreas de M&A/Societário, mas também questões referentes a contratos de engenharia, energia, trabalhista e desportiva (envolvendo clubes, esportistas etc.). Segundo dados do Arbitragem em Números 2020/2021, estudo coordenado pela Professora Selma Lemes, o número de casos ativos (novos e antigos) nas câmaras arbitrais saltou de 967 em 2019 para 1047 em 2021. O volume de casos novos representou, em 2021, R$ 55,20 bilhões reais em 322 casos. De acordo com o estudo, a média dos processos de arbitragens (duração do procedimento) nas Câmaras indicadas foi de 18,41 meses. A pesquisa também revelou um referencial quanto à participação feminina em tribunais arbitrais: em 2020, 59% dos tribunais arbitrais contaram com participação de mulheres, sendo que, em 2021, esse percentual passou a quase 64%. Entretanto, dados do mesmo estudo para 2022 revelam que a indicação de homens suplanta a de mulheres, sinalizando a necessidade de políticas inclusivas e conscientizadoras.

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