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Mercado de Trabalho: Entrevista com Lucas Assis, economista da Tendências Consultoria – Jornal da Cultura

Quanto mais gente desempregada, menos o comércio e as indústrias faturam e menos o governo arrecada.

A taxa de desemprego em um terceiro trimestre não era tão baixa desde 2015. O índice de 7,7% representa queda de 0,3 e 1 ponto percentual na comparação com o trimestre anterior e com o mesmo período de 2022.

“A pesquisa do IBGE reforça esse cenário de resiliência do mercado de trabalho no Brasil. A gente vê, ainda, uma taxa de desocupação reduzindo, como um reflexo do desempenho econômico favorável do começo do ano.”, aponta Lucas Assis, economista da Tendências Consultoria.

O rendimento médio avança lentamente e isso é um impasse do país. Hoje, ele é de R$ 2.982, um crescimento de R$ 120 em relação ao ano passado, patamar considerado desatualizado em uma década.

Outro entrave é o trabalho informal, desempenhado por 4 em cada 10 pessoas ocupadas no Brasil. Norte e Nordeste são as regiões com os maiores índices de informalidade. Entre os estados, lideram o ranking Maranhão, Pará e Amazonas.

O recorte regional também mostra São Paulo como o grande responsável pela redução na taxa de desemprego. O estado tem o maior e mais complexo mercado do país.

“É possível dizer que São Paulo apresentou uma melhora por conta da expansão da ocupação. A gente vê que, especialmente, o setor de serviços, tanto público quanto associados à informação, comunicação, atividades profissionais, científicas, administrativas e financeiras apresentaram um bom desempenho ao longo de 2023 em linha com o aquecimento da atividade econômica.”, diz Assis.

Já os recortes de gênero e raça no mercado de trabalho ainda refletem o contexto desigual do país. A taxa de desocupação é de 6,4% para os homens e de 9,3% para as mulheres. Entre os brancos, 5,9% estão desempregados, contra 9,6% entre os pretos e 8,9% entre os pardos.

As vagas temporárias no fim do ano, principalmente pela indústria, comércio e serviços devem trazer continuidade à queda na taxa de desemprego no último trimestre do ano, mas já é preciso olhar para 2024.

“Há, ainda, um mercado de trabalho com condições relativamente deterioradas quando comparado ao início da década. (…) Há, de fato, um maior espaço para uma melhora em termos qualitativos do mercado de trabalho, já que, em termos quantitativos, ele já se mostra bastante resiliente.”, finaliza Assis.

Confira a entrevista completa no vídeo abaixo!